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Ginastas alemãs trocam collant por calça no treino das Olimpíadas de Tóquio

Movimento contra a sexualização na ginástica artística começou no Campeonato Europeu, em abril

22 jul 2021 - 17h46
(atualizado às 17h54)
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Em uma atitude inédita contra a sexualização da ginástica artística, as atletas da equipe alemã se apresentaram com calças em vez dos tradicionais collants no treino de pódio nas Olimpíadas de Tóquio-2020. Nesta quinta-feira, 22, as ginastas Kim Bui, Elisabeth Seitz, Sarah Vossi e Pauline Schaefer usaram o novo modelo de uniforme nos treinos realizados no Ariaek Center, em Tóquio.

As alemãs não confirmaram se vão repetir o traje nas competições oficiais, que começam domingo nos Jogos Olímpicos. Em geral, as atletas mantém suspenso sobre o traje e os detalhes da apresentação.

Sarah Vossi, ginasta da Alemanha, fez uma postagem após o treino de pódio nesta quinta-feira
Sarah Vossi, ginasta da Alemanha, fez uma postagem após o treino de pódio nesta quinta-feira
Foto: https://www.instagram.com/sarah.vossi/ / Estadão

Embora inédito em competições olímpicas, o uso de calça não é novidade para elas. A primeira a competir com um uniforme que cobrisse nádegas, pernas e virilhas foi Sarah Vossi no Campeonato Europeu da modalide, no mês de abril, na Suíça. Ela chama o movimento de #ItsMyChoice (Minha escolha).

"Foi particularmente importante para nós dar o exemplo com a nossa aparência para encorajar outras mulheres e especialmente as atletas mais jovens a usar o que elas se sentem mais confortáveis! Este pode ser o amado collant curto ou o terno longo", escreveu a ginasta nas redes sociais. Ela destacou que as atletas têm direito de decidir sobre o traje. "Nos reservamos o direito de decidir, dependendo da situação, em qual nos sentimos mais confortáveis no momento".

Para a ginasta, a possibilidade de escolher a roupa pode trazer mais força às atletas. "É importante que possamos determinar como aparecemos a qualquer momento. A nova possibilidade de autodeterminação quanto à escolha das roupas nos dará ainda mais forças no futuro. Sinta-se bem e ainda pareça elegante, por que não? Como é que você gosta?", escreveu Sarah.

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Uma publicação compartilhada por Sarah Voss (@sarah.vossi)

De acordo com as regras da Federação Internacional de Ginástica, as atletas podem usar uma "malha de uma só peça com pernas compridas, do quadril até o tornozelo", desde que tenha um design elegante.

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Uma publicação compartilhada por Pauline Schäfer ??? (@pauline_schaefer)

A preocupação com a sexualização na ginástica ganhou relevância depois do escândalo que resultou na prisão Larry Nassar, ex-médico da Federação de Ginástica do Estados Unidos e da Universidade de Michigan. Ele foi condenado a 125 anos de prisão por pedofilia e abuso sexual contra mais de 350 atletas, entre meninos e meninas. A US Gymnastics e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) estão sendo processados por pais de ginastas e ex-ginastas que acusam as entidades de acobertar as ações de Larry Nassar.

Uma das vítimas é Simone Biles, que conquistou quatro ouros e um bronze na Olimpíada do Rio de Janeiro. Ela disse ter sido abusada sexualmente por Nassar e afirmou que um dos motivos de ela estar competindo nas Olimpíadas de Tóquio é para falar abertamente sobre o tema.

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O Brasil também viveu drama semelhante. Em maio de 2018, o ex-técnico da seleção brasileira masculina de ginástica artística, Fernando de Carvalho Lopes, foi acusado de abusar sexualmente de 40 atletas e ex-atletas. O caso veio à tona em reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo. O caso corre em segredo de Justiça.

Estadão
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