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Olimpíada 2016

Los Angeles tenta provar que projeto olímpico não possui riscos

9 mai 2017 - 14h31
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Uma candidatura sem riscos: assim se autodefine o projeto olímpico de Los Angeles, que a partir desta quarta-feira tentará provar ao Comitê de Avaliação do COI que sua oferta é mais confiável que a de Paris, a única rival na disputa para sediar os Jogos de 2024.

Os 14 membros da Comissão, presidida pelo suíço Patrick Baumann, inspecionarão durante três dias as infraestruturas e os planos de Los Angeles, antes de fazerem o mesmo na capital francesa na próxima semana. O relatório das visitas servirá para orientar o voto dos membros do COI na eleição do dia 13 de setembro em Lima, no Peru.

No papel, a cidade californiana conta com a candidatura perfeita: 95% das instalações já prontas, programadas ou de construção desmontável, um acordo recém-assinado para a remodelação do estádio olímpico Memorial Coliseum, um baixo orçamento (comparado com edições anteriores) de US$ 5,3 bilhões, que não desagradará os contribuintes, e melhorias em matéria de transporte que ocorrerão com ou sem o megaevento.

Mas o mapa das instalações não é necessariamente pequeno, com a maioria dos estádios espalhados por quatro diferentes zonas de competição.

No centro da cidade seriam disputadas as provas de atletismo, natação, basquete, badminton, parte do futebol, taekwondo, esgrima, boxe, tênis de mesa, halterofilismo e ciclismo.

Os outros núcleos propostos são Valley Sports Park, South Bay e Long Beach, com outras instalações em locais populares como a praia de Santa Mônica (vôlei de praia, surfe e skate).

Uma das novidades que a cidade propõe é a comemoração das cerimônias de abertura e encerramento em duas sedes simultâneas. A abertura seria formalmente no novo Los Angeles Stadium, em Inglewood, mas ao mesmo tempo ocorreria um espetáculo no velho Memorial Coliseum, com atrações ao vivo e um acompanhamento por realidade virtual do que acontecesse no outro estádio.

Na cerimônia de encerramento, ambas as instalações trocariam de papel, desta vez com o Memorial Coliseum como sede principal do evento.

Los Angeles já foi sede olímpica duas vezes, 1932 e 1984. Neste aspecto, mantém um empate com Paris, que realizou o megaevento em 1900 e 1924. A única cidade que organizou os Jogos Olímpicos três vezes é Londres, em 1908, 1948 e 2012.

Ao contrário de Paris, onde o novo presidente da República, Emmanuel Macron, terá algum tipo de encontro com o Comitê de Avaliação, não está previsto que os enviados do COI se reúnam com Donald Trump em Los Angeles.

O efeito que a polêmica figura do presidente dos Estados Unidos terá sobre a eleição da sede dos Jogos é a grande incógnita deste processo. Alguns dos 95 votos do COI procedem de âmbitos e países que podem se sentir ofendidos pelas políticas e declarações de Trump.

A candidatura de Los Angeles garante que o projeto olímpico da cidade está acima da política, em seu desejo de não assumir culpas alheias.

Esta fase de avaliação se desenvolve entre certas dúvidas, perante a possibilidade do COI definir ao mesmo tempo as sedes dos Jogos de 2024 e 2028. Esta opção é estudada pelos quatro vice-presidentes da entidade, que se pronunciarão sobre o assunto em julho.

O prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, disse que a cidade está "preparada para organizar os Jogos amanhã, em 2024 ou em 2028, mas agora compete por 2024". Presidente da candidatura, Casey Wasserman disse que o projeto é inteiramente privado e, por isso, limitado no tempo.

Segundo a agenda da visita do COI, a quarta-feira será dedicada a conhecer e discutir a proposta da cidade. Na quinta-feira serão inspecionadas as instalações e no dia seguinte ocorrerão reuniões. O programa se repetirá em Paris de domingo a terça-feira.

EFE   
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