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Deputado denuncia Abel Braga ao Ministério Público por homofobia
Parlamentar também acionará a CBF e cobra medidas contra declarações discriminatórias no futebol brasileiro
O episódio envolvendo a fala considerada homofóbica de Abel Braga em sua apresentação no Internacional ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (2).
Guilherme Cortez, deputado estadual de São Paulo, anunciou que denunciou o treinador ao Ministério Público e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afirmando que declarações como a do técnico, que disse não querer o time treinando "de camisa rosa, pois parece time de veado", reforçam práticas discriminatórias e mantêm a comunidade LGBT historicamente excluída do ambiente do futebol.
Cortez classificou a situação como "vergonha mundial", argumentando que a permanência de falas do tipo contribui para um cenário de violência e hostilidade nos estádios.
Segundo o parlamentar, o objetivo das ações é exigir responsabilização e pressionar as entidades esportivas a adotarem uma postura mais firme contra casos semelhantes. Ele afirmou que serão tomadas "todas as providências cabíveis".
O Brasil vira vergonha mundial por causa da homofobia do técnico Abel Braga. Uma declaração dessas, que parece inofensiva, é o que mantém nossa comunidade historicamente excluída do futebol e vulnerável a todo tipo de violência nos estádios. Tomaremos as providências cabíveis.
— Guilherme Cortez (@cortezpsol) December 1, 2025
A declaração de Abel ocorreu durante sua reapresentação ao Inter, no domingo (30), quando o técnico de 73 anos voltou da aposentadoria para comandar o clube nas duas rodadas finais do Brasileirão. O treinador mencionou uma conversa informal com D'Alessandro, diretor esportivo e ex-jogador, e ao comentar sobre o uniforme de treino, utilizou a expressão discriminatória que rapidamente repercutiu nas redes sociais e na imprensa.
Em meio ao desgaste, Abel pediu desculpas horas depois, por meio de nota publicada nas redes sociais. Ele afirmou que se expressou mal, disse que sua intenção era apenas descontrair o ambiente e reforçou que "cores não definem gênero". O técnico defendeu ainda que aquilo que importa é o caráter das pessoas e disse desejar "paz e trabalho" ao clube nesta reta final.
O momento turbulento se soma ao cenário esportivo crítico vivido pelo Internacional. De volta ao Beira-Rio com contrato apenas para os dois últimos jogos e sem salário, Abel tenta conduzir o time na luta contra o rebaixamento. O Colorado é o 17º colocado, com 41 pontos, e enfrenta São Paulo e Bragantino nas últimas rodadas da Série A.
Enquanto o treinador tenta reorganizar o vestiário e recuperar a confiança do elenco, agora lidará também com a denúncia formalizada por Cortez. A expectativa é de que Ministério Público e CBF analisem o caso nos próximos dias.
