Sem brasileiros, times criam Liga Sul-Americana de Clubes
Os presidentes de 15 equipes de Argentina, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai anunciaram nesta segunda-feira em Montevidéu a criação da Liga Sul-Americana de Clubes de Futebol, que nasce sem representantes brasileiros e no calor das exigências à Conmebol para distribuir mais dinheiro pelos direitos televisivos da Taça Libertadores.
A declaração foi assinada por dirigentes dos clubes argentinos Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo e Racing; os chilenos Universidad do Chile, Universidad Católica e Colo-Colo; o equatoriano LDU de Quito; os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño; os peruanos Melgar e Sporting Cristal; assim como os uruguaios Nacional, Peñarol e River Plate. A ata do encontro deixa aberta a porta para outros integrantes.
A regulamentação do novo organismo deve ser aprovada em um prazo máximo de 30 dias, mas não ficaram estabelecidos a sede nem os responsáveis por dirigir a iniciativa.
O documento revelado nesta segunda indica em seu primeiro parágrafo que solicitará ao presidente interino da Conmebol a convocação de um comitê executivo extraordinário para a próxima semana para transmitir reivindicações.
O presidente do Peñarol, clube que organizou a reunião, Juan Pedro Damiani, disse que os dirigentes deverão se encontrar novamente antes das eleições para a presidência da Conmebol, marcadas para o próximo dia 26. O cargo está, de forma interina, com o mandatário da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Wilmar Valdez, após a prisão do paraguaio Juan Ángel Napout.
Os representantes dos clubes reunidos hoje reivindicam um aumento do valor que a Conmebol distribuirá pelos direitos televisivos da Taça Libertadores, que começará em 2 de fevereiro e reunirá 38 clubes, assim como de todos os torneios internacionais da entidade.
"Passamos anos sem receber o que nos corresponde e acho que chegou o momento, dada a crise que está ocorrendo no futebol sul-americano e mundial, de que os clubes recebam o que nos corresponde", disse o presidente do River Plate, atual campeão da Libertadores, Rodolfo D'Onofrio.
Outro dos pontos do documento que cria a Liga Sul-Americana de Clubes pede a eliminação da taxa de 10% que cada equipe deve abonar à Conmebol por venda de ingressos nas partidas das competições internacionais.
"É algo que temos que terminar. A Conmebol tem de ser eficiente, tem de ter uma gestão com gente capaz e idônea, que gaste o que deve gastar, e o restante tem de ir para os clubes, que somos os que mantemos o espetáculo", opinou D'Onofrio.