Quatro jogadores de River Plate foram diagnosticados com ceratite química (inflamação na córnea), após o final escandaloso que teve o superclássico diante do Boca Juniors, nesta quinta-feira, válido pela volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América.
Leonardo Ponzio, Leonel Vangioni, Ramiro Funes Mori e Matías Kranevitter foram levados ao Instituto de Diagnóstico do estádio, onde foram examinados. O diagnóstico apontou que eles têm ceratite química, inflamação provocada quando produtos químicos entram em contato com a córnea - parte transparente e protetora do olho. Assim, a equipe médica do time determinou "um repouso de 72 horas" aos quatro atletas.
Martinez e outros jogadores do River ficaram com dificuldades para abrir os olhos após o intervalo
Foto: David Fernandez / EFE
O elenco de River sofreu um ataque quando voltava ao campo da Bombonera, depois do intervalo, através do túnel que é inflado para proteger os jogadores da torcida adversária. Fãs do Boca Juniors, contudo, teriam lançado gás de pimenta dentro do local, o que impediu com que os jogadores do River tivessem condições de disputar o segundo tempo.
Ponzio mostra no rosto o estado que os atletas do River após gás de pimenta
Foto: Juan Mabromata / AFP
O zagueiro Funes Mori relatou toda a dificuldade de enxergar depois de ter sido atingido pelo gás de pimenta atirado no túnel de acesso dos visitantes ao gramado. "Isso é uma vergonha, lamentável. Não posso ver, estou com pouca visão. Tenho os olhos ardendo", reclamou o jogador.
Depois deste confuso episódio, as equipes tiveram que esperar uma hora e 14 minutos antes de poderem se retirar para seus respectivos vestiários. O River só pôde deixar o estádio de La Bombonera depois das 2h (locais), porque teve que esperar que os torcedores locais se retirassem.
Quatro atletas do River foram diagnosticados com ceratite química (inflamação na córnea) por causa do gás de pimenta
Foto: Juan Mabromata / AFP
O secretário de segurança da Nação, Sergio Berni, qualificou o esquema de segurança como "bem-sucedido" e acrescentou: "A responsabilidade é unicamente do Boca. É indiscutível isso, houve negligência por parte do clube na hora de gerir a segurança interna".
Diante deste inesperado cenário, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) deverá resolver ainda nesta sexta-feira a definição desta série das oitavas de final da Copa Libertadores. No momento da suspensão, o placar apontava 0 a 0, resultado que favorece o River, graças à vitória por 1 a 0 na partida de ida.
O clássico entre Boca Juniors e River Plate, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, tinha tudo para ser um grande jogo, mas se tornou um fiasco, atrapalhado por spray de pimenta, drone e outros fatos lamentáveis. Ponzio (dir.) foi um dos jogadores que mais sentiu dor por causa do spray de pimenta
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Problemas ocasionados pelos torcedores do Boca foram os responsáveis pelo adiamento do jogo
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Jogadores buscaram alívio com água, mas demoraram para se recuperar
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Após o intervalo, jogadores do River voltaram com ardência nos olhos e no nariz, além de manchas vermelhas nas camisetas e no corpo
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Presidente do River, Rodolfo D'Onofrio entrou em campo para discutir a situação
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Cavenaghi deixa o campo protegido pelos escudos da polícia
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Delegado da Conmebol, Roger Bello (centro) conversa com o árbitro do duelo, Dario Herrera
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Técnico do River, Marcelo Gallardo teve bastante dificuldade para deixar o campo do Boca
Foto: Natacha Pisarenko / AP
Primeiro tempo do jogo terminou 0 a 0, com muitas faltas e brigas dos jogadores em campo
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A festa da torcida do Boca até começou bonita
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A brincadeira do "fantasma da Série B" é comum na Argentina desde 2011
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Drone voou perto da torcida e até do gramado
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Driussi usa toalha para tentar aliviar sensação deixada pelo gás
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Martinez e outros jogadores do River ficaram com dificuldades para abrir os olhos após o intervalo
Foto: David Fernandez / EFE
Ponzio mostra no rosto o estado que os atletas do River ficaram após gás de pimenta
Foto: Juan Mabromata / AFP
Drone do "Fantasma de la B" apareceu no pior momento possível