Zagueiro quer impedir aposentadoria de Fábio Luciano
A torcida do Flamengo já se preocupa com a iminente a aposentadoria do capitão Fábio Luciano, anunciada para o fim do Campeonato Carioca. Seu companheiro de zaga também. Ronaldo Angelim, 34 anos (um a mais que Fábio), entra em campo neste domingo, no Estádio do Maracacã, diante do Flumiense, com uma missão especial: ajudar a adiar o término da carreira de seu amigo e companheiro de trabalho.» Quiz: você sabe tudo sobre Flamengo x Fluminense?
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Se há alguém no elenco que irá sentir mais falta de Fábio Luciano, é Angelim. Com ele, formou uma zaga quase impecável, que pouco falhou em dois anos. Por isso, ele já lidera um movimento dentro do elenco que pedirá a postergação da aposentadoria para o término da Copa do Brasil.
Diferentemente de Fábio Luciano, Angelim não pensa em aposentadoria. Aliás, caminhos bem distintos levaram os dois a se encontrarem no clube. Enquanto o capitão rodou a Europa, em clubes da Turquia e Alemanha, antes de chegar ao Flamengo, Angelim jogou em clubes do Ceará (Icasa, Juazeio, Fortaleza e Ceará). E, ao contrário do amigo, não pensa em parar tão cedo.
"Ainda preciso ganhar dinheiro para manter minha família. Jogo mais uns dois anos e aí paro", diverte-se.
Nascido em São Paulo, mas cearense de criação, Angelim durante muito tempo teve que trabalhar na roça ao mesmo tempo em que tentava os primeiros passos no futebol, nos arredores de Juazeiro do Norte. A infância difícil deixou o zagueiro calejado.
Além de tudo, Ronaldo Angelim é vencedor. Conquistou cinco títulos cearenses e é um dos poucos jogadores do elenco que participou das principais conquistas do clube nos últimos três anos.
Ele, Bruno, Leonardo Moura e Juan, por exemplo, formam o quarteto que esteve em campo nos títulos cariocas de 2007 e 2008. Ou seja, o zagueiro será um legítimo tricampeão caso consiga vencer os próximos compromissos.
"Todo o jogador sonha em conquistar títulos e ser campeão. Comigo não é diferente. Estou aqui há três anos, por exemplo, e ainda não consegui ganhar a Taça Rio. Vou lutar até o último minuto para chegarmos à decisão", comentou Angelim.
Com 158 jogos e 12 gols pelo Flamengo, o zagueiro se preocupa com o habilidoso ataque adversário. "O Fred sabe fazer gol e eles têm jogadores velozes e habilidosos. Temos que encurtar os espaços para não deixar eles jogarem", avisou.
Além dos títulos, Angelim tem uma passagem bonita pelo Flamengo - o que já lhe rendeu a homenagem em uma das bandeiras da torcida. Dificilmente fica suspenso ou machucado. No Brasileiro do ano passado, passou 23 partidas sem tomar cartão. Além disso, apenas duas vezes desfalcou o Flamengo por questões médicas.
Em 2007, saiu no intervalo de um jogo, sentindo palpitação e tonturas. Ele tinha uma pequena alteração no tamanho do coração. Ficou de fora do time por 12 dias.
Em fevereiro, Angelim teve o que os médicos chamam de síndrome compartimental aguda na coxa direita. Os vasos sanguíneos sangraram muito e comprimiram as estruturas da região. Se não fosse operado às pressas poderia sofrer até uma amputação.
Apesar da gravidade da contusão, ele diz que não foge da dividida. "Morro em campo, mas não tiro a perna", encerra.
Jornal do Brasil
