Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Campeonato Carioca

Vizinhos do Engenhão relatam momentos de terror em clássico

13 fev 2017 - 14h20
(atualizado às 15h03)
Compartilhar
Exibir comentários

O confronto entre torcidas de Botafogo e Flamengo, antes do jogo entre as duas equipes realizado domingo, no Engenhão, deixou em pânico os moradores do entorno do estádio, no bairro do Engenho de Dentro, zona norte do Rio. Vários deles, ouvidos pelo Terra, contaram as horas de pavor durante a briga que resultou na morte de um torcedor.

“Eu fechei a janela da sala e fiquei a tarde toda na cozinha de casa, onde as paredes são mais reforçadas. Eram tantos tiros que temi pela minha vida”, disse o designer Tadeu Augusto, 58 anos, morador da Rua Doutor Padilha, onde se deu o acesso da torcida do Flamengo para o clássico.

Torcedores do Botafogo correm durante tumulto em rua nos arredores do Engenhão antes do clássico contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca
Torcedores do Botafogo correm durante tumulto em rua nos arredores do Engenhão antes do clássico contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca
Foto: Armando Paiva/Agif/Gazeta Press

Na mesma rua, o autônomo José Francisco, 61 anos, teve que ser enérgico para convencer um grupo de torcedores com a camisa do Flamengo a não pular a grade que protege o prédio em que mora faz 38 anos. “Eu os alertei, dizendo que vários policiais tinham apartamento ali e que eles corriam sério risco se invadissem aquele espaço.”

O morador contou que ouviu muitos tiros e se preocupou com os parentes, que estavam em outra rua. “Foi um inferno. Uma coisa que nunca tinha visto. Começou por volta das 14 horas. Sinceramente, esse estádio virou uma desgraça, nos tirou a paz.”

Para quem comprou bilhete para ver um jogo pela primeira vez no Engenhão, a experiência de domingo foi traumática. O estudante Deivid Molina, 22 anos, também mora ao redor do estádio e se sentiu acuado com a confusão. “Corri para dentro de casa, eram grupos se enfrentando e muita gente ensanguentada.” Por volta das 19 horas, pouco antes do horário previsto para o jogo, ele se aventurou a ocupar a arquibancada com sua mãe.

“Mas não curti o jogo. Fiquei o tempo todo preocupado, pensando no que poderia acontecer na saída. Tanto que eu e minha mãe saímos bem antes de o jogo acabar. Estávamos com muito medo. Não quero mais saber de futebol.”

Técnicos de Flamengo e Botafogo lamentam violência antes do clássico:

As cenas de vandalismo também marcaram o domingo de Marcelo Ferreira, 49 anos, outro vizinho do Engenhão. Ele disse que teve a percepção da dimensão do conflito quando se deparou com um grupo de 30 homens e adolescentes, todos sem camisa, que pareciam marchar em busca dos inimigos.

“Estavam todos com alguma coisa nas mãos; pedras, pedaços de pau, barras de ferro, rojões, garrafas de vidro. Naquela hora, corri para casa e me tranquei. Avisei a quem pude para que não fosse à rua.”

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade