Branco: Brasil tem melhor defesa do mundo, mas falta criatividade
O técnico Dunga deve acreditar que a consistência pode funcionar melhor do que o estilo na busca do Brasil por mais uma Copa do Mundo, mas Branco, seu companheiro na conquista do tetra, em 1994, está preocupado com algumas arestas a aparar na Seleção até o início do Mundial da África do Sul.
"Do meio-campo até a zaga, este é o melhor time do mundo", disse Branco, frustrando aqueles que se acostumaram a associar a Seleção Brasileira mais com o futebol arte do que com uma equipe defensiva.
"Estou um pouco preocupado com a criatividade no ataque, que pode decidir o resultado de um jogo, visto que todo mundo joga um pouco fechado contra o Brasil", explicou.
Dunga, que assim como o alemão Franz Beckenbauer chega à Copa como técnico após atuar em Mundiais como jogador, está determinado a moldar a equipe à sua própria imagem, baseada na solidez defensiva.
Doze anos atrás, Dunga ergueu o troféu como capitão de uma equipe que conquistava a Copa após uma dura final que terminou na disputa de pênaltis contra a Itália.
Naquele 1994, a zaga brasileira sofreu apenas três gols em toda a competição e agora Dunga parece determinado, mais uma vez, a impedir a penetração de atacantes adversários no campo brasileiro, mesmo que isto signifique contrariar os fãs do futebol-arte.
O atacante Luis Fabiano defendeu o treinador e disse que vitória nem sempre é sinônimo de beleza. "Se tivermos que jogar feio para ganhar, então o faremos, porque o que conta numa Copa do Mundo é vencê-la", afirmou.
O jeito Dunga de jogar será posto definitivamente à prova na próxima terça-feira, na estreia contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo, depois do qual a seleção enfrentará Portugal e Costa do Marfim, seus adversários no Grupo G do Mundial.