Um dia depois de anunciar que defenderá a Espanha, e não a Seleção Brasileira, o atacante Diego Costa justificou a sua opção. O jogador disse, em um vídeo publicado pelo seu clube Atlético de Madrid, que a decisão não pode ser encarada como uma renúncia ao Brasil e explicou que sempre se sentiu valorizado no país em que vive há cinco anos.
"Foi uma decisão bastante complicada por tudo que envolvia. É o país onde nasci e que me deu tudo como é a Espanha. Vi, analisei e repensei. O correto é jogar pela Espanha, porque aqui fiz tudo na minha vida, tudo que tenho e foi me dado foi neste país. Tenho um carinho especial e aqui me sinto muito valorizado por tudo que faço diariamente. Sinto o carinho das pessoas", disse.
Depois de ler a carta enviada por Diego Costa confirmando sua opção na terça-feira, o técnico da Seleção, Luiz Felipe Scolari, foi duro na resposta. Em comunicado publicado no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador disse que o jogador "deu as costas a um sonho de milhões". Diego Costa não respondeu diretamente, mas negou ter renunciado ao seu país de origem.
Diego Costa discorda de Felipão sobre renúncia ao Brasil:
"Quero que as pessoas entendam que isso não é uma renúncia ao Brasil. Não vejo assim, não pensei desta forma. Simplesmente aqui me sinto valorizado, fiz toda minha carreira, tive tudo. Tudo que sou, devo à Espanha. Foi muito pensado, mas em nenhum momento creio que foi uma renúncia. Tenho familiares no Brasil, foi onde eu nasci e quando largar o futebol, vou lá viver. Foi uma decisão muito pensada. Espero que o pessoal entenda e respeite porque foi uma decisão pensada", completou.
Segundo Diego Costa, a decisão só foi tomada quando soube do aval do grupo espanhol em sua convocação. "Uma das coisas que vem à cabeça é a importância do grupo. É a coisa que mais é valorizada em uma trabalho. Deixei be claro que, se o grupo estava de acordo, se acreditava que a decisão estava correta, eu ficaria satisfeito", afirmou.
Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil pode ver jogadores naturalizados disputando contra a Seleção pelo título do Mundial. De atletas que se firmaram no exterior a filhos de ex-craques e até mesmo jogadores que apenas nasceram no País, veja quem pode ser um "inimigo íntimo"
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Diego Costa (Espanha): Após muita polêmica, o atacante nascido em Lagarto, no Sergipe, recusou a convocação de Luiz Felipe Scolari para defender o Brasil em amistosos na América do Norte e manifestou o desejo de jogar pela Espanha. O atacante do Atlético de Madrid, artilheiro do Campeonato Espanhol, já havia vestido a amarelinha em amistosos no início de 2013
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Benny Feilhaber (Estados Unidos): nascido no Rio de Janeiro em 19 de Janeiro de 1985, Feilhaber mudou-se para os Estados Unidos com seis anos de idade e tem na carreira passagens por equipes alemã, inglesa e dinamarquesa, além de americanas. Já jogou duas vezes contra o Brasil, uma delas na Copa das Confederações de 2009.
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Cássio (Austrália): carioca de nascimento, Cássio é um lateral com passagens por Flamengo, Internacional, Ceará, Brasiliense e Santa Cruz. Está no clube australiano Adelaide desde 2007, no qual é ídolo e sonha em ser convocado para a seleção.
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Douglas (Holanda): o catarinense de Florianópolis começou a carreira no Joinville e ainda passou pelo Goiás. Está no Twente, da Holanda, desde 2007 e foi convocado recentemente para a seleção do país europeu.
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Eduardo da Silva (Croácia): nascido no Rio de Janeiro, Eduardo foi para a Croácia ainda jovem, quando passou a integrar as categorias de base do Dinamo Zagreb. É um dos grandes jogadores da seleção local e chegou a ser atleta do Arsenal, da Inglaterra, entre 2007 e 2010.
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Marcos González (Chile): o zagueiro nasceu no Rio de Janeiro, em 9 de junho de 1980, mas foi para o Chile aos dois anos de idade com seus pais. Além de equipes do país sul-americano, atuou no Colorado Crew, dos Estados Unidos, e do Colón, da Argentina, antes de retornar ao Brasil, onde joga pelo Flamengo atualmente.
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Igor de Camargo (Bélgica): paulistano de Porto Feliz, o atacante desenvolveu toda sua carreira na Bélgica, onde atuou por Genk, Beringen-Heusden-Zolder, Brussels, Standard Liège e Borussia Mönchengladbach. Tem nove convocações para a seleção do país.
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Sinha (México): Nascido em Itajá, no Rio Grande do Norte, o meia Sinha já defendeu o México na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Apesar de já ter 37 anos, voltou a ser convocado para representar o país da América do Norte na repescagem contra a Nova Zelândia
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Marcus Túlio Tanaka (Japão): apesar de nascido em Palmeira d'Oeste (SP), o zagueiro mudou-se para o Japão aos 15 anos e desenvolveu toda sua carreira no país nipônico. Tem passagens por quatro clubes japoneses e já foi titular absoluto da seleção nacional.
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Matías Aguirregaray (Uruguai): lateral direito nascido em Porto Alegre, o atleta é filho de Óscar Aguirregaray, ex-jogador da seleção uruguaia nos anos 1980 e 1990 e que era jogador do Internacional quando Matías nasceu. Atualmente, o lateral, que tem passagem pelo Palermo, da Itália, está no Cluj, da Romênia.
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Pepe (Portugal): o alagoano de Maceió começou sua carreira em categorias de base no Brasil, mas conseguiu destaque em Portugal, onde atuou por Marítimo e Porto. Chamou a atenção até do Real Madrid, onde joga atualmente.
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Thiago Motta (Itália): um dos brasileiros naturalizados mais conhecidos, Thiago Motta, que nasceu em São Bernardo do Campo (SP), mas joga pela Itália, é normalmente convocado para a equipe do técnico Cesare Prandelli. Atualmente no PSG, o volante tem passagens por Barcelona, Atlético de Madrid, Genoa e Inter de Milão.
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Thiago Alcântara (Espanha): filho do ex-craque Mazinho, Thiago nasceu na Itália, mas tinha apenas nacionalidade brasileira quando decidiu representar a Espanha, em decisão polêmica. É jogador do Barcelona e tem passagem por todas as seleções de base da atual campeã do mundo.
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Cacau (Alemanha): o atacante nasceu em Santo André, em 27 de Março de 1981, e começou a carreira no Nacional-SP, antes de partir para o futebol alemão. Naturalizou-se pela seleção europeia e já tem 22 jogos com a camisa do país.