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Terra na Copa

Copa: polícia prende suspeito de fornecer ingressos a máfia

7 jul 2014 - 17h04
(atualizado às 21h52)
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O CEO da Match, Raymond Whelan, chega à delegacia no Rio de Janeiro após prisão no Copacabana Palace por suspeita de comandar esquema internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo
O CEO da Match, Raymond Whelan, chega à delegacia no Rio de Janeiro após prisão no Copacabana Palace por suspeita de comandar esquema internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo
Foto: Tasso Marcelo / AFP

A Polícia do Rio de Janeiro prendeu, na tarde desta segunda-feira, o suspeito de fornecer entradas para a máfia que fazia cambismo com ingressos da Copa do Mundo. Raymond Whelan é CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil. Ele foi preso no luxuoso hotel Copacabana Palace. Como não fala português, deve prestar depoimento na manhã de terça-feira, auxiliado por intérprete.

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De acordo com investigações da polícia, Raymond Whelan será indiciado como fornecedor de ingressos para o argelino Lamine Fofana, preso no Rio de Janeiro e apontado como o responsável por administrar o esquema da venda ilegal de bilhetes. Desde 20 de junho, houve cerca de 900 ligações de Whelan a Fofana. Nas gravações, ingressos para a final eram negociados por US$ 14 mil.

Junto ao argelino, outras 11 pessoas foram presas com auxílio de interceptação de conversas telefônicas. Isso teria levado os policiais a Ray Whelan.

<p>Delegado Fábio Barucke e promotor Marcos Kac deixam hotel Copacabana Palace após prisão de executivo da Match suspeito de comandar esquema internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo</p>
Delegado Fábio Barucke e promotor Marcos Kac deixam hotel Copacabana Palace após prisão de executivo da Match suspeito de comandar esquema internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Ele seria, portanto, o responsável por conseguir as entradas para revenda, muitas delas em locais muito visados como camarotes. Whelan não é funcionário da Fifa, mas tem atuação ligada à entidade, já que a Match negocia pacotes e credenciou hotéis para a Copa do Mundo. Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, é um dos acionistas.

“Esse era o nome que aparecia nas conversas”, disse uma fonte na Polícia Civil na condição de anonimato. O diretor da Match, a agência de viagens oficial da Fifa, teve a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da polícia, que temia que ele poderia tentar deixar o País. Whelan foi levado à 18ª Delegacia de Polícia para ser interrogado.

Dois advogados, de diferentes escritórios, que acompanham Whelan, ainda não decidiram se o inglês irá depor ou não. Se decidir por prestar depoimento, ele será ouvido pela manhã no 18ª DP e, de qualquer maneira, passará a noite na delegacia. Caso não queira, será ouvido amanhã às 9h, na Polinter, em juízo. 

Em conversa informal com o delegado Fábio Baruck, Raymond diz que tem um contrato de compra de ingressos com Lamine Fofana, registrado em maio de 2013, e que não possui nenhuma irregularidade. Apesar das mais de 900 ligações interceptadas pela polícia entre eles, o inglês negou que estaria negociando ingressos para a Copa que está sendo realizada no País.

O inspetor Vicente Barros, da 18ª DP, afirmou que Whelan estava na área comum do hotel quando foi abordado pelo promotor Marcos Kac. Foram, então, juntos ao 5° andar, onde estava hospedado. Foi encontrado com ele cerca de cem ingressos para a Copa do Mundo, além de mil dólares em dinheiro. Ele não reagiu à prisão e afirmou ser inocente. A detenção é provisória e tem prazo de cinco dias. Whelan está morando no Brasil há dois anos, embora não saiba falar português.

Entenda caso de crime envolvendo revenda de ingressos da Copa:

Na semana passada, a polícia havia informado que as investigações apontavam que ele tinha acesso ao quartel-general da entidade no hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, usava um cartão de estacionamento da Fifa para ter acesso a estádios e áreas reservadas. Teria ainda contatos dentro da entidade que lhe permitiam obter ingressos para serem negociados.

Após a execução da Operação Jules Rimet, com a prisão dos envolvidos no escândalo, a Fifa prometeu contribuir com as investigações e declarou ser improvável a participação de alguém ligado à entidade. O esquema de cambismo envolvia cifras milionárias e era planejado e executado há muitos meses. De acordo com a polícia, há possibilidade de que a operação tenha uma segunda etapa.

Após a prisão, a Fifa divulgou uma nota de esclarecimento, afirmando que continua colaborando plenamente com as autoridades locais e fornecerá todos os detalhes solicitados para auxiliar nesta investigação em andamento.

Confira na íntegra a nota divulgada pela Fifa:

A Fifa tomou conhecimento de que Ray Whelan, diretor do escritório de Acomodação da MATCH Services, provedora de serviços para a Fifa, foi levado do hotel Copacabana Palace pela polícia para prestar depoimento por suposta participação no que diz respeito à "Operação Jules Rimet". 

A Fifa continua colaborando plenamente com as autoridades locais e fornecerá todos os detalhes solicitados para auxiliar nesta investigação em andamento. 

Conforme mencionado em diversas ocasiões, a Fifa gostaria de reiterar a sua posição firme contra qualquer forma de violação da lei criminal e dos regulamentos de emissão de ingressos. A Fifa está apoiando totalmente as autoridades de segurança nos nossos esforços conjuntos para reprimir todas as vendas de ingressos não autorizadas.

Com informações da Reuters

Fonte: Terra
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