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Terra na Copa

Copa: no RS, acampamento tradicionalista atrai pouca gente

Estrutura montada para receber turistas é alternativa para experimentar churrasco e chimarrão

1 jul 2014 - 23h04
(atualizado em 4/7/2014 às 12h07)
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É quente? É alcoólico? Tem quantos tipos de erva?, perguntam Erick e Felicia Lee sobre a bebida dos gaúchos, o famoso chimarrão
É quente? É alcoólico? Tem quantos tipos de erva?, perguntam Erick e Felicia Lee sobre a bebida dos gaúchos, o famoso chimarrão
Foto: Karla Oliveira / Unisinos

Apesar dos mais de 30 dias de trabalho previstos durante a Copa, o Acampamento Farroupilha extraordinário, em Porto Alegre, nas duas primeiras semanas de atuação, não recebeu o número de estrangeiros que previa. No total, 76 piquetes oferecem churrasco, danças, oficinas nativistas e músicas gauchescas no Parque Harmonia.

Na primeira semana da Copa, cerca de 1,5 mil pessoas visitaram o local. Entretanto, o estimado pela equipe organizadora é que 42,3 mil visitem o local até o fim do evento, previsto para o dia 13 de julho.

Nas primeiras semanas, a maioria dos piquetes reclamava da falta de gente circulando, já que boa parte das pessoas preferiu comemorar na Fan Fest. Um dos fatores levantados foi a falta de divulgação. 

Para o Turismo de Galpão, responsável pelo atendimento aos turistas no parque, a tendência é aumentar o público até o fim do evento. “Há um volume crescente no número de pessoas visitando e fazendo as oficinas. Além disso, muitos voltam para participar de outras atividades”, afirma Natalia Medeiros, representando do Turismo de Galpão.

Do you speak english?

Nos primeiros dias de atividades, escutava-se no parque alto-falantes bradando informações sobre produtos, localização da praça de alimentação e divulgação das atrações do acampamento. O problema é que tudo era falado em português – o que foi reparado apenas dias depois. A falta de tradução e de orientadores que falessem inglês foi outro fator negativo apontado pelos turistas no início do acampamento.

Além disso, o cronograma que mostrava a programação das oficinas oferecidas nos piquetes, distribuído entre os turistas era escrito em português. “Eu não sei ler isto. Como vou saber o que vai acontecer?”, reclama o norte-americano Erik Lee.

De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Turismo, no Galpão da Hospitalidade, atualmente o atendimento ao público é feito por recepcionistas bilíngues, com domínio de inglês, francês e espanhol. Os guias com as programações das oficinas também ganharam versões português, inglês e espanhol.

Resistência às tradições gaúchas

“É quente? É alcoólico? Tem quantos tipos de erva?”, perguntam Erick e Felicia Lee sobre a bebida dos gaúchos, o famoso chimarrão. Um pouco receosos, o casal de San Francisco, na Califórnia, prova a bebida pela primeira vez. Depois do primeiro gole, sorrisos surgem na boca. “Parece chá”, comenta Erik, “lembra uma bebida japonesa”, diz Felicia que tem ascendência asiática. 

Falando sobre o sabor do chimarrão, Erick se lembra do carinho dos gaúchos. “O amargo do sabor é compensado pela doçura do povo”, destaca. O único problema, segundo o casal, é para carregar a bebida. “É preciso bolsa, são muitos acessórios para levar. Dá muito trabalho”, destacam.

Menos aberto à cultura, o casal australiano Mak e Alicia não quis provar o costelão 12 horas feito no parque. Vegetarianos, os dois elogiaram as músicas e o chimarrão para passar à tarde na Capital, mas desaprovaram o vinho artesanal produzido no Estado. “É ruim. Muito fraco”, dizem.

Supervisão: professora Anelise Zanoni.

Unisinos Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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