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Brasileiro Série D

Bom Senso ironiza e compara novo calendário a 7 x 1 da Copa

7 ago 2014 - 17h01
(atualizado às 17h09)
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O novo calendário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apresentado nesta quarta-feira, não agradou o Bom Senso FC. Através das redes sociais, o movimento organizado por jogadores e ex-atletas comparou o novo formato com a goleada que a Seleção sofreu para a Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo. Mais cedo, o goleiro Roberto, da Ponte Preta, falou ao Terra como representante do movimento e também mostrou indignação com as alterações apresentadas.

Foto: Twitter / Reprodução

Na publicação, o Bom Senso cita o presidente José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, seu sucessor, no papel dos alemães, e todo o futebol brasileiro como a Seleção de Felipão. "Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro. O Calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra", ironizaram.

A cada "gol" dos cartolas foi explicado um ponto negativo do novo calendário. Na publicação, os atletas afirmam que o calendário não foi reestruturado, e sim apenas espremido. Também foram criticados os formatos das competições, os horários das partidas, a conciliação da Seleção Brasileira com o campeonato nacional e a escassez de jogos dos clubes do interior.

O único "gol" marcado a favor do futebol brasileiro, segundo o Bom Senso, foi o "quase mês de pré-temporada" que os jogadores terão. Agora serão 25 dias para os treinamentos antes de começar a temporada - menos do que os 30 dias pedidos incialmente pelo movimento.

Confira na íntegra o comunicado do Bom Senso:

Aos 7:

1 — O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias.

2 — Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses – o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol.

3 — O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa.

4 — Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso.

5 — O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja.

6 — Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida “me engana que eu gosto”. De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe.

7 — Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas.

Ao 1:

1 — O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente.

Fonte: Terra
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