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Sem grupo da morte na Libertadores, times brasileiros são ainda mais favoritos

Botafogo escapa de chave encabeçada por outro concorrente nacional, enquanto Grêmio e Palmeiras encaram cenários menos viáveis

18 mar 2024 - 22h19
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Sorteio da Libertadores favorece clubes brasileiros em manutenção de hegemonia
Sorteio da Libertadores favorece clubes brasileiros em manutenção de hegemonia
Foto: Christian Alvarenga/Getty Images

O sorteio da Copa Libertadores 2024 foi favorável aos clubes brasileiros. Ao contrário de anos anteriores, nenhum representante do Brasil inicia a competição ameaçado de cair na fase de grupos. Quem se deu melhor foi o Botafogo, que, por ter vindo da fase preliminar, sai no lucro por escapar das seis probabilidades de pegar um adversário nacional.

Na chave da LDU, Junior Barranquilla e Universitario, o alvinegro divide o favoritismo com os equatorianos, atuais campeões da Copa Sul-Americana. O Galo, diante dos cenários possíveis, por estar no pote 2, também agradece por ter caído no grupo do Peñarol, o cabeça de chave mais viável. Em que pese a má recordação despertada pelo Rosario Central, algoz na antiga Copa Conmebol, o time mineiro é o favorito na chave completada pelo Caracas.

Por outro lado, Grêmio, que tem pela frente o copeiro Estudiantes e a altitude de La Paz contra o The Strongest, e Palmeiras, que reencontra o Independiente Del Valle e mede forças com o San Lorenzo, campeão há 10 anos, têm as missões mais complicadas. Ainda assim, sem perder o status de maiores potências de seus respectivos grupos, tal qual o Flamengo, que, embora encare altitude diante de Bolívar e Millonarios, além de uma longa viagem até Bogotá em meio à decisão do Carioca, encontra uma chave bastante acessível.

Sem um “grupo da morte”, os times do Brasil são ainda mais favoritos a manter o quadro hegemônico no torneio continental. Desde 2019, ao longo dos últimos cinco anos de soberania do futebol brasileiro na Libertadores, apenas quatro equipes nacionais acabaram eliminadas ao caírem nos ditos grupos da morte.

Em 2020, o São Paulo ficou em terceiro na chave encabeçada por River Plate e LDU. No ano seguinte, o então vice-campeão Santos sucumbiu no grupo com The Strongest e os classificados Barcelona de Guayaquil e Boca Juniors.

Já em 2022, América-MG e Red Bull Bragantino terminaram na lanterna nas chaves de Atlético-MG, Tolima e Independiente Del Valle e Estudiantes, Vélez e Nacional-URU, respectivamente. No ano passado, o único brasileiro eliminado na fase de grupos foi o Corinthians ao perder a vaga para o Argentinos Juniors, que agora será adversário na Sul-Americana, mas, na época, não figurava entre as principais pedreiras da competição.

Dada a disparidade financeira em relação a outros países da América do Sul, cair em grupos da morte já não representa um obstáculo tão assustador para os times brasileiros como nas décadas de 1990 e 2000. O Fluminense que o diga. Longe de ter um dos maiores orçamentos do Brasil, o tricolor carioca não só sobreviveu à mesma chave do River Plate em 2021 e 2023, como se classificou em primeiro em ambas as edições, sendo que, na última, sagrou-se campeão na final contra o Boca. Desta vez, o grupo formado por Cerro Porteño, Alianza Lima e Colo-Colo é bem menos ingrato.

Grêmio e Inter se cruzaram em 2020 – e avançaram, apesar da boa concorrência com Universidad Católica e América de Cali. Como as equipes dos países vizinhos se tornaram mais frágeis, os confrontos temidos por brasileiros são justamente os adversários locais, panorama evitado pelo Botafogo. 

Porém, nem mesmo quando caíram no mesmo grupo (à exceção do América, em 2022), os times nacionais não encontraram grandes problemas para se classificar. Assim como a dupla Grenal, Atlético e Athletico Paranaense foram juntos às oitavas de final na edição passada, desbancando o sempre competitivo Libertad, do Paraguai.

Em sua primeira participação na Libertadores, o Fortaleza derrubou o tradicional Colo-Colo no grupo liderado pelo River, há dois anos. E todos esses exemplos recentes indicam que, ainda mais agora, com cinco cabeças de chave e sem grupos da morte, o futebol brasileiro encontra caminho aberto para emplacar o campeão da América pelo sexto ano consecutivo.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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