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Fernando Santos
Domingo, 17 Fevereiro de 2002, 16h08
terraesportes@terra.com.br

50 aos 44


A cada ano que passa, a cada partida, Oscar se supera. Neste domingo, um dia após completar 44 anos, ele atingiu a impressionante marca de 50 pontos na vitória do Flamengo por 117 a 71 sobre os catarinenses do Bandeirante, pela quinta rodada do Campeonato Nacional.

Você pode achar que o time de Brusque é um saco de pancadas. Afinal, venceu apenas um dos cinco jogos disputados até agora. Mas fazer 50 pontos numa partida não é para qualquer um, muito menos para quem já pode começar a fazer curso para avô.

A marca de Oscar apenas confirma sua condição de maior cestinha da história do basquete brasileiro. No atual campeonato, ele é o único com média acima dos 30 pontos (34.2). É também o líder em média de cestas de três pontos: em cinco jogos, acertou 27; só perde no total para o armador Helinho, do Vasco, que acertou 29 em sete partidas.

O curioso na atual fase de Oscar é que sua performance nem sempre significa sucesso para o time. Em colunas anteriores, apontei (e fui muito criticado por alguns internautas) os privilégios que são dados ao cestinha na equipe do Flamengo. Situação que favorece sua fome por cestas, mas corrompe as chances de vitória do time.

Nas cinco partidas que disputou, o Flamengo só venceu duas. Além do Bandeirante, bateu outra equipe fraca, o Campos. As três derrotas foram para times bem montados e que sonham longe neste Brasileiro: Mogi, Bauru e Fluminense.

O problema no Flamengo é o dilema em torno de Oscar. Como abrir mão de um jogador que garante pelo menos 30 pontos por partida? Por outro lado, como permitir que alguém aos 44 anos fique na quadra sem condições de ajudar na marcação, facilitando a vida dos adversários?

Esse é o preço que o Flamengo aceitou pagar. É inegável a capacidade de pontuação de Oscar. Mas se suas "mãos santas" continuam afiadas, o mesmo não se pode dizer de suas pernas e pulmões. Com ele, o time é extremamente vulnerável na defesa.

Antes de se completar a rodada deste domingo, o time carioca tinha a terceira pior defesa do campeonato. Apenas dois times haviam sofrido mais cestas: o Bandeirante e o Vasco - que disputou dois jogos a mais.

Os maiores críticos de Oscar podem dizer que se trata de mais um ação egocêntrica do jogador. Afinal, em toda sua carreira, não foram poucos os que o chamaram de fominha. Nos últimos jogos de sua carreira, ele não quer perder a chance de marcar o máximo de pontos possível.

Para esses críticos, outro dado importante: mesmo quarentão, Oscar é quarto jogador do Nacional que fica mais tempo em quadra, com média de 37min06s por partida (Marcelinho, do Fluminense, é quem joga mais, com 39min18s).

Deixo claro que não estou entre esses críticos. Mas acredito que o Flamengo deveria dosar melhor as forças de Oscar. Ele não precisa ficar tanto tempo em quadra. Poderia ser guardado para os momentos mais importantes, sem gastar sua tão preciosa e rara energia.

Se o time rubro-negro for capaz de encontrar esse equilíbrio, poderá proporcionar a Oscar não só a chance de terminar o campeonato mais uma vez como cestinha, como também lutar pelo título. Do contrário, só Oscar terá o que comemorar no Flamengo ao final da competição.

 

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Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos