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Fernando Santos
Segunda-feira, 11 Fevereiro de 2002, 13h52
terraesportes@terra.com.br

Força, Bira


O All-Star Game deste domingo terminou, para mim, no intervalo. Foi no exato momento em que o narrador Ivan Zimerman (que me perdoe se a grafia estiver incorreta) anunciou a internação do ex-jogador Ubiratan no Incor, o Instituto do Coração, em São Paulo. Foi, ao mesmo tempo, um instante de terrível preocupação, mas também de muita esperança. Afinal, não há lugar melhor para recuperar alguém que havia sofrido três paradas cardíacas.

No sábado à noite, na redação paulista do diário Lance!, recebi a notícia da situação de Ubiratan. Foi um susto, um impacto. Toda uma história de glórias passou por minha cabeça. E colegas perguntaram: onde estava Ubiratan. Sofrendo, em Brasília, de onde chegou a triste informação.

Vi Ubiratan jogar pela primeira vez no final dos anos 70. Era início de minha admiração pelo basquete. Era também o fim de uma era. Bira foi, durante sua carreira, um exemplo. Um jogador admirado até mesmo pelo time adversário. Era sinal de respeito, empenho e dedicação. Nos clubes e, principalmente, em sua brilhante história na seleção brasileira.

Bira, o jogador, era um guerreiro no garrafão. Com aquele jeito desengonçado. Seu estilo nos lances livres, creio, era inigualável. Muito estranho. Mas nada capaz de intimidá-lo, de tirar o coração que colocava em cada partida. O mesmo coração que agora ameaça jogar contra ele.

Com a raça que demonstrou nas quadras e com os médicos agora à sua disposição, acredito que ele poderá vencer a mais difícil de suas batalhas. Força, Bira!

Na Philadelphia...

Foi muito desconfortável acompanhar a segunda metade do All-Star Game sabendo da situação de Ubiratan. Lá, nos EUA, garotos milionários fazendo firula na quadra, alguns sem a menor graça. Enquanto isso, Bira em coma, aquele que foi um exemplo, que poderia muito bem ser chamado de Professor do Garrafão.

Como muitos outros, o ASG de 2002 foi um duelo de egos. Mas isso não tira o mérito da escolha de Kobe Bryant como o MVP da partida. Não só pelos 31 pontos, mas porque ele realmente mereceu. Mesmo que, em alguns instantes, tenha sido exageradamente fominha, na tentativa de emplacar o maior número possível de pontos para assegurar o prêmio.

Em 1998, Kobe já merecia ter sido eleito o MVP. Mas, no quarto período, estranhamente o técnico George Karl, da equipe do Oeste, deixou Bryant mofando no banco. Até hoje, acredita-se que foi uma determinação do departamento de marketing da NBA, que queria dar o prêmio de MVP como uma homenagem a Michael Jordan. O rei já dava sinais de que deixaria o basquete, o que acabou se confirmando no início da temporada seguinte, marcada pela greve patronal.

Desta vez, Bryant tratou de garantir o prêmio bem antes do quarto período. No intervalo, já tinha 23 pontos. E, no último período, a história se repetiu. Ele ficou a maior parte do tempo no banco, esperando pelo final da partida e pelo anúncio oficial do prêmio. Estranhamente, um dos assessores técnicos do Oeste era Del Harris, que era treinador do Lakers quando Kobe chegou a Los Angeles, trocado com o Charlotte Hornets por Vlade Divac e Elden Campbell. Naquela época, Bryant era reserva no time de Harris.

O prêmio acabou aumentando ainda mais o ego do garoto prodígio do Lakers. Ele cresceu na Philadelphia, mesmo local onde conquistou o segundo título da NBA, com as três vitórias seguidas do Lakers nas finais da temporada passada. E ainda calou as vaias da torcida, que esperava por um show de Allen Iverson, que nada fez. O dia, pelo menos nos EUA, foi mesmo de Kobe Bryant.

 

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