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Fernando Santos
Sexta-feira, 01 Fevereiro de 2002, 15h59
terraesportes@terra.com.br

Capitão América


Com o espírito patriótico em seu mais alto nível, o Super Bowl deste ano será, mais do que nunca, um show para americano ver. Foram tomadas todas as providências para que o evento se transforme num comercial mundial dos EUA, desde a propaganda ao marketing político. E o herói desta festa já está escolhido: é o ex-empacotador de supermercados Kurt Warner.

O novo Capitão América já é, há pelo menos três anos, símbolo do chamado milagre americano. Ele saiu do nada, era um Zé Ninguém. Hoje, já pode ser considerado um dos maiores jogadores da história do futebol americano. Só por isso, o Saint Louis Rams é disparado o favorito para ganhar o segundo título em dois anos.

Mas, como se trata da América, todos tem a sua chance de fazer sucesso. Por isso, não se pode desprezar a zebra do New England Patriots, time que antes do início da temporada não estava cotado nem mesmo para chegar aos playoffs. Mas não só chegou ao Super Bowl, como tem no nome todo o clima que envolve esta decisão.

Se este jogo já é conhecido por sua capacidade de "parar os EUA", neste domingo o efeito será ainda maior. Tudo está preparado para que o evento seja um marco na campanha de reconstrução do espírito americano, e de sua força diante dos "inimigos do Estado". Será a maior oportunidade de mostrar ao mundo como o povo americano superou os trágicos atentados terroristas de 11 de setembro. Para isso, Paul McCartney foi escolhido para fazer o tradicional show do intervalo, onde não deverá faltar emoção na homenagem às vítimas do terror.

Em campo, no gigantesco Superdome de New Orleans, estará o super-herói Kurt Warner. Há quatro anos, ele era apenas um quarterback da frágil liga européia, e ganhava uns trocados em competições indoor nos EUA. Herdou a posição de titular no início da campanha de 1999, levou o Rams ao título e se transformou num super-astro. Do menor salário pago a um jogador da posição, passou a um contrato de US$ 40 milhões.

Warner está no nível de mitos como Joe Montana, Steve Young, Brett Favre e John Elway, os grandes quarterbacks das últimas duas décadas. Dan Marino poderia ser incluído também nesta relação, apesar de nunca ter conquistado o título máximo do futebol americano.

O principal jogador do Saint Louis é um exímio lançador. Ele não só apenas sabe executar passes a grandes distâncias, como também é capaz de agir sobre forte pressão. Não bastasse todo o seu talento, o Rams ainda conta com o running back Marshall Faulk, que, além de excelente corredor, também sabe receber passes. Um jogador completo.

Além de um ótimo ataque, o Saint Louis arrumou seu maior defeito: a defesa. Na temporada passada, o time não estava nem entre as 20 melhores defesas entre os 31 times da NFL. E, com a contusão de Warner, caiu nos playoffs. No atual campeonato, o Rams mudou a chefia do time de defesa, que se transformou num dos melhores da liga.

E quanto ao New England? A zebra também tem a sua Cinderela: o quarteback Tom Brady começou o campeonato apenas como o terceiro reserva e virou uma sensação. Pelo menos até a final da Conferência Americana, quando sofreu uma contusão e não pode terminar a partida contra o Pittsburgh Steelers. Foi então que voltou a campo o antigo astro Drew Bledsoe, que amargava a reserva e acabou dando a volta por cima, ao levar o time para o Super Bowl.

Para a decisão, o Patriots, além de ser considerado como zebra, encara o dilema de quem escalar, o veterano decadente Bledsoe ou o jovem promissor Brady. Nesta escolha pode estar as chances da equipe superar o favoritismo do Saint Louis.

Para os americanos, porém, o show já está garantido. Qualquer que seja o campeão, os EUA terão neste domingo o seu Capitão América para festejar. Se não for Warner, será Bledsoe ou Brady. Pela primeira vez na história, não haverá perdedores no Super Bowl.

 

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Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos