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Fernando Santos
Quinta-feira, 31 Janeiro de 2002, 22h51
terraesportes@terra.com.br

O vazio das capitais


A Confederação Brasileira de Basquete comemora o sucesso de público nas primeiras rodadas do Campeonato Nacional. Um sucesso parcial, apenas constatado em cidades interioranas. Nas grandes capitais, o esporte ainda está escondido. O que não é novidade.

Não é fácil atrair público nas capitais. Há mais ofertas de diversão, sem falar na concorrência com o futebol. Mas acredito que o maior problema é outro: a falta completa de estrutura para atrair o torcedor. Se nos grandes estádios do país já não existe a mínima infraestrutura, não seria diferente nos ginásios.

No interior, é bem diferente. Ter um time de basquete no Campeonato Nacional é a grande atração da cidade. Como em Mogi das Cruzes, Uberlândia, Araraquara, Ribeirão Preto e Franca, para citar algumas. Existe uma mobilização comunitária. É como se a população adotasse o time inteiro. Mais ainda: torna-se programa obrigatório.

O sucesso das primeiras rodadas se deve justamente a esse fator de interiorização do basquete, que já foi citado em colunas anteriores. Para comparar: Bicampeão brasileiro, o Vasco só conseguiu reunir 659 torcedores em sua partida de estréia; em Mogi, quase 6 mil torcedores acompanharam o jogo contra o Flamengo.

Em São Caetano, na Grande São Paulo, a situação foi ainda pior: o menor público da primeira rodada, com apenas 203 torcedores. E nem o Flamengo, time de maior torcida do país, escapou deste efeito: em sua estréia no Rio, pela segunda rodada, registrou público de apenas 364 pessoas. No mesmo dia, Araraquara jogava para mais de 5 mil torcedores!

O trabalho feito no interior, principalmente em São Paulo, tem sido fundamental para o basquete brasileiro. Mas é preciso também cativar os grandes centros, como forma de atrair investimentos e patrocinadores. Para isso, é fundamental ter boa estrutura para receber o público, sem falar em boas equipes, que sejam capazes de conquistar a atenção e até rivalizar com o futebol (que já não anda lá essas coisas!).

Não é preciso dizer que os ginásios norte-americanos deixam os nossos no chinelo. Quem vai à NBA se prepara como se estivesse a caminho de um grande show. Neste sentido, ainda estamos no século retrasado. Enquanto isso, a festa no interior continua. Que inveja!

 

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Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos