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Fernando Santos
Domingo, 16 Dezembro de 2001, 20h23
terraesportes@terra.com.br

O verdadeiro Vasco


Esqueça, pelo menos por um instante, as denúncias contra Eurico Miranda. Os desmandos de uma administração desastrosa. A chuva de acusações contra o cartola nas CPIs. Faça de conta que isso não existe. Sobra, então, o verdadeiro Vasco, um time de fibra, de uma torcida apaixonante.

Assim o Vasco conquistou o bicampeonato carioca de basquete. Um clube mergulhado no mar de lama da gestão Eurico Miranda, com um time que soube como nunca se erguer. Como bem disse ao final da partida deste domingo o técnico Hélio Rubens: "Tenho orgulho de trabalhar numa equipe como essa, com jogadores que foram, acima de tudo, homens honrados".

É duro falar em crise num momento de comemoração. Mas se há quem mereça esse título, são os jogadores e a torcida. Porque o clube nada fez além de colocar em risco um trabalho brilhante, e um grupo de jogadores que se destaca, há dois anos, como o melhor do país.

São meses e meses de salários atrasados. A cada cheque que não caía na conta, o Vasco tratava de descontar com cestas no Flamengo. Foi uma vitória pessoal de cada jogador, de cada integrante da comissão técnica. Duro mesmo foi ver alguns dirigentes comemorando ao final da partida. Esses deviam se envergonhar.

Em quadra, como foi dito há uma semana, Rogério voltou a fazer a diferença. Ele não foi apenas o cestinha da quarta e última partida da final, como comandou a reação defensiva no segundo tempo. Outro destaque inegável do Vasco foi o pivô Nenê. Um jogador que tem tudo para dominar o garrafão brasileiro por anos e anos, mas que precisa, com urgência, aprender a não se atrapalhar com as faltas.

E como também já havia sido dito aqui, o Vasco teve mais cabeça. Soube reagir bem após virar o primeiro tempo com 10 pontos atrás, numa partida atípica, maluca. O time vascaíno logo abriu 13 pontos no primeiro quarto, permitiu a virada do Flamengo, que chegou a ter 14 na frente e terminou com 10 atrás.

A partida também teve um emocionante duelo defensivo. Os dois times usaram todas as suas forças numa verdadeira lição de que o basquete não é só atacar. E, em se tratando de defesa, ninguém entende mais por aqui do que Hélio Rubens. Aí, o caminho ficou aberto para o merecido título.

Chegou a hora de Oscar

É inevitável constatar que, pelo menos nesta partida decisiva, o Flamengo perdeu graças a Oscar. O cestinha, que comandou a equipe durante todo o campeonato, desta vez não teve pernas para correr nem braços para arremessar. Se havia alguma dúvida de que o tempo não passa para o jogador, ela acabou neste domingo.

Com Oscar no banco, o Flamengo tirou uma diferença de até 13 pontos no placar e colocou 14 na frente. Isso, graças ao esforço defensivo. O que não existiu quando Oscar esteve em quadra. Para o adversário, é como atacar cinco contra quatro.

Esse sempre foi o ponto chave para derrotar o Flamengo: explorar a deficiência defensiva de Oscar, não só nas jogadas de contra-ataque, como no corpo a corpo. O Mão-Santa nunca foi um adepto da marcação, muito menos agora, quando virou um quarentão.

Oscar ainda tem uma impressionante precisão nos arremessos, mas na maioria das vezes isso não compensa a deficiência na marcação. Foi o que ocorreu nesta decisão. Em jogo de alto nível, acaba fazendo uma grande diferença. <>Ele já avisou que este foi o seu último campeonato estadual. Deve encerrar a carreira após o Nacional, que começa no início de 2002. Será um momento para homenagens, e para guardar as últimas emoções de uma carreira vitoriosa. E para descobrir que o tempo é implacável com todos, até mesmo com os gênios.

 

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