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Fernando Santos
Sexta-feira, 07 Dezembro de 2001, 15h36
terraesportes@terra.com.br

A queda de Marcelinho


O sucesso subiu à cabeça do ala Marcelinho na mesma proporção que fez cair o seu jogo em quadra. A ambição exagerada custou ao jogador, promessa do basquete brasileiro de ter um astro internacional, um final de temporada melancólico.

Este ano, Marcelinho preocupou-se mais com o lado empresarial e menos em se aprimorar tecnicamente. Contratou empresário para gerenciar uma possível participação no draft da NBA. Também se cercou de um nutricionista e um personal trainning para ganhar corpo, como se diz. Nada disso, porém, contribuiu para a sua evolução como atleta.

Marcelinho naufragou com o Fluminense, que era ao menos candidato a chegar à final do Campeonato Estadual. O time caiu na semifinal, onde o jogador teve grande participação no insucesso. Ele ficou de fora em momentos decisivos, como no jogo 3 da semifinal, quando o Vasco tirou uma vantagem de 10 pontos nos últimos dois minutos e venceu na prorrogação. Marcelinho viu tudo do banco, eliminado com cinco faltas.

O desempenho individual do ala também caiu nesta fase final. Em todo o campeonato, Marcelinho é apenas o terceiro cestinha, com média de 25,2 pontos, segundo os últimos dados divulgados pela Federação do Rio. Na fase final, a média é de 21 pontos. Ele também despencou nas assistências: no campeonato, chegou a 5,2 passes para cesta, enquanto nos playoffs apenas 2,3.

Não se trata de culpar o ala pelo fracasso da equipe. Mas, sim, de alertá-lo neste processo de evolução. Lembro-me de, há três anos, ter analisado o desempenho de Marcelinho, então na equipe do Botafogo. Naquela época, eu o apontava como o melhor jogador do país. Desde então, evoluiu, chegou à condição de titular da seleção, até sofrer como nunca neste segundo semestre.

A fase foi tão ruim nesses últimos meses que Marcelinho manchou de forma vergonhosa a festa do recorde não-oficial de Oscar, quando se envolveu numa briga estúpida e foi o grande responsável pela derrota do Fluminense naquele clássico. Resultado que poderia ter dado à equipe o primeiro lugar na fase de classificação, evitaria o confronto com o Vasco na semifinal e teria um caminho mais tranquilo até a decisão.

O que Marcelinho precisa é fazer o que sabe: jogar basquete. Ele não pode se deixar envolver por promessas de empresários ou comprometer o seu desenvolvimento pessoal em projetos de alto risco. Chegar à NBA é o sonho de qualquer jogador, mas não é tudo. Ele pode ter o mesmo sucesso no basquete europeu, ponte natural para os EUA.

O risco agora é comprometer uma carreira com enorme potencial ao, como se diz no interior, colocar a carroça na frente dos bois. Jogar, Marcelinho sabe, e muito bem. Ele precisa é se concentrar nisso e esquecer da vaidade.

Final imprevisível
Neste domingo, Vasco e Flamengo iniciam uma final sem prognóstico. Cada um venceu, com folga, uma partida na primeira fase. Nunca o jargão "tudo pode acontecer" seria mais apropriado. É, disparado, o ponto alto desta temporada, recheado com a rivalidade entre os jogadores e, principalmente, entre as duas torcidas. Garantia de show antes da macarronada dominical!

 

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