Onde será que os EUA foram achar esse bando de jogadores, que mal serve
para disputar uma pelada nas quadras de cimento do Parque do Ibirapuera?
Tinha até um tal de Rambo, que disparou 16 pontos na insegura defesa
brasileira.
Se fosse para jogar com um time desses, era melhor que os yankees
ficassem em casa. Afinal, já estão classificados para o Mundial de 2002, em
Indianápolis, e nada têm a fazer na Argentina. A não ser colecionar vexames,
se depender do desempenho de ontem.
O Brasil não tem nada com isso e fez uma partida correta. Partiu para
cima e não se deixou levar pelo ar de superioridade, que poderia ter
comprometido a tranqüila vitória por 38 pontos. Isso mesmo, 38 pontos de
vantagem sobre os EUA!
Talvez o técnico Hélio Rubens exalte exageradamente o resultado. Ele
pode se gabar de ter vencido os norte-americanos duas vezes seguidas. A
primeira, no Pan de Winnipeg, um título respeitado, mas que não pode ser tão
valorizado como gosta de fazer a Confederação Brasileira de Basquete.
Afinal, vale refrescar a memória pelas últimas participações do Brasil em
Mundial e Olimpíadas. Bem, a Sydney, nem viajou...
Para o Brasil, a vitória significou um passo importante para buscar
uma das cinco vagas em jogo para o Mundial. O time ganha confiança, como já
vinha ocorrendo desde a campanha no Torneio Super Four. Mais uma vez, o
destaque brasileiro foi o ala Marcelinho, com 31 pontos. Ele deve mesmo se
tornar a principal opção ofensiva da equipe. É o mínimo que se espera de
alguém que almeja chegar à NBA.
A vitória desta quinta-feira foi tão fácil que os pivôs brasileiros
passearam no garrafão dos EUA. Um festival de enterradas, de todos os tipos,
desde a ponte-aérea até no "reverse". O torcedor menos avisado poderia
imaginar que as seleções estavam de camisetas trocas.
O que preocupou mais foi um velho problema na defesa: o Brasil ainda
permite ao adversário muitos arremessos e cestas de três pontos. É algo que
Hélio Rubens tem procurado consertar, mais ainda não conseguiu.
É importante que o Brasil não deixe o resultado subir à cabeça. Foi
apenas o primeiro passo, importante, mas que pode se transformar num
tropeção se os jogadores acharem que terão a mesma moleza pela frente.
Afinal, os demais adversários estão na mesma situação: concorrendo à
classificação para o Mundial. Todo cuidado será pouco. Ao menos, o Rambo não
assusta mais.