Recebo mensagem assinada pela "Comissão Técnica da Confederação
Brasileira de Basquete", em resposta às críticas feitas à atuação da seleção
masculina no último Campeonato Sul-Americano. A carta, que pode ser lida na
íntegra logo abaixo, é recheada de ironias. Bem apropriada. Afinal, a
seleção do técnico Hélio Rubens é mesmo irônica.
O treinador fez uma renovação certa e necessária na convocação, o que
mereceu amplo apoio desta coluna. Já era hora de passar a vassoura no
passado recente da seleção. Mas Hélio Rubens não levou esse processo
adiante, como aconteceu na decisão do Sul-Americano, contra a Argentina.
Qual o motivo?
Essa explicação o internauta não terá nesta carta da "Comissão Técnica
da Confederação Brasileira de Basquete". Afinal, como explicar que os
jogadores que mais pontuaram na decisão jogaram menos do que aqueles que
iniciaram a partida? Justo aqueles que pontuaram menos?
É mesmo um mistério, ou então Hélio Rubens ainda acredita na velha
guarda que acumula fracassos em competições internacionais. Está mais do que
claro que existe uma nova geração, comandada por Marcelinho e Guilherme, que
merece uma oportunidade real. Sem ironias. E com a coragem que se espera de
quem dirige a seleção brasileira.
A seguir, a carta enviada pela "Comissão Técnica da Confederação
Brasileira de Basquete":
Caro Fernando
Após sua matéria sobre o último Campeonato Sul-Americano
de Basquete, ficamos impressionados pelos seus profundos
conhecimentos desse esporte. A título de colaborar com
sua espantosa capacidade de análise, queremos oferecer-
lhe alguns subsídios:
a) Em basquete, ao contrário do futebol, não existem
titulares , mas apenas um quinteto que inicia o jogo,
até porque nesse esporte qualquer jogador pode sair e
entrar quantas vezes forem necessárias a critério do
técnico. Talvez seja por esse motivo que técnicos do
mundo inteiro reconheçam como titulares os que terminam
o jogo e não os que começam; isto porque o treinador
experimentou vários quintetos durante o jogo e escolheu
os cinco melhores daquele jogo para os momentos mais
importantes.
b) Vamos procurar melhorar a histeria dos nosso gritos,
embora eles sejam autênticos e visando o melhor para a
equipe. Qualquer sugestão será bem-vinda.
c) Nossos critérios para utilização de mais tempo ou
menos tempo do jogador, independentemente da idade, é
diretamente proporcional ao seu rendimento ( se você tiver
algum critério mais honesto receberemos com todo prazer).
Infelizmente estamos sendo obrigados a processar uma
renovação drástica na seleção, o que nao é conveniente,
porque antes não foi feita. Esperamos que futuramente
esta renovação seja gradativa, mesclando experiência com
juventude, fórmula ideal no mundo inteiro.
Qualquer sugestão receberemos abertamente.
Lamento que uma medalha de ouro seja considerada tão
depreciadamente. Para todos nós foi considerada uma
grande conquista que certamente fará parte da historia
do nosso esporte.
Continue escrevendo com esta competência, discernimento
e idealismo, porque assim estaremos aprendendo cada vez
mais com seus brilhantes ensinamentos.
Sempre a sua diposição
Comissão Técnica da
Confederação Brasileira de Basquete