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Fernando Santos
Quinta-feira, 19 Julho de 2001, 03h28
terraesportes@terra.com.br

Voto de confiança


A seleção masculina está prestes a entrar em uma nova era. Há quem diga que será o tempo do vai ou racha. Típica expressão da época do apocalipse em que se encontra o basquete brasileiro. Os próximos dias poderão ser decisivos, com uma série de torneios internacionais e uma nova safra de jogadores dispostos a mudar o rumo das coisas.

O técnico Hélio Rubens acertou ao promover uma reformulação na equipe. Só no Sul-Americano, que começa nesta sexta-feira, metade do grupo foi trocado em relação ao torneio disputado, e vencido pelo Brasil, em 1999. Era o mínimo que se esperava de uma geração marcada pelo fracasso no Pré-Olímpico.

E as mudanças são mais evidentes entre os pivôs, setor que há muito tempo está na UTI. Hélio Rubens aposta em jogadores jovens e altos, com potencial para solucionar esse antigo problema. Chamou os novatos Alírio (23 anos, 2,08m), Ânderson (19 anos, 2,05m), Nenê (18 anos, 2,05m) e Tiagão (20 anos, 2,01m). Essas são as maiores apostas do treinador para o futuro do basquete nacional.

Além deles, Hélio Rubens deposita muita esperança no ala Guilherme. Ele estourou cedo no basquete e logo chegou a se candidatar ao draft da NBA. Mais tarde, decidiu se retirar da loteria universitária. Hoje, está na Espanha. Aos 20 anos, tem muito tempo pela frente para se firmar na seleção.

Outro jogador que busca garantir seu espaço é o ala Marcelinho. Há pelo menos dois anos ele é o melhor jogador em atividade no Brasil. Agora, precisa assumir o comando da seleção brasileira. É o mínimo que se espera de alguém que também está disposto a chegar à NBA.

Com eles, Hélio Rubens leva para o Sul-Americano do Chile uma tropa de figurinhas carimbadas: Helinho, Demétrius, Márcio e Sandro. Além de Vanderlei, que poderia ter deixado a vaga para outro garoto. Afinal, ele não é o tipo de jogador capaz de mudar a situação atual.

Além do Sul-Americano, a seleção irá disputar até setembro mais três competições: o Super Four e a Copa América, ambos na Argentina, e o Goodwill Games, na Austrália. Não haveria melhor oportunidade para testar e dar oportunidades a essa nova geração.

Hélio Rubens tem um histórico de competência na formação de atletas. Seu desafio agora é ainda maior. Não se trata de descobrir jogadores para clubes. Eles são os eleitos para tirar o basquete brasileiro do buraco. Sim, porque uma seleção forte, capaz de conseguir resultados expressivos no exterior, é o que o Brasil precisa para reverter o quadro atual.

Não se trata de criar uma corrente de otimismo nem de apoio cego ao técnico da seleção ou ao projeto Atenas-2004 da Confederação Brasileira de Basquete. Mas é preciso ao menos um voto de confiança ao treinador e aos jovens jogadores, que agora se lançam sob a responsabilidade de resgatar o orgulho e o prestígio do basquete neste país. Força, garotada!

 

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