Recebo da ex-jogadora Paula mensagem a respeito da
coluna anterior, onde critiquei a viagem que ela fez a
Brasília em busca de recursos para o Centro Olímpico do
Ibirapuera, em São Paulo. Diz que foi pedir ajuda para
um projeto infanto-juvenil e admite que está aprendendo
sua nova função, agora como administradora esportiva. A
seguir, o e-mail enviado no último dia 12:
"Eu nem tinha lido a sua coluna, quem me chamou a
atenção para os seus comentários foi a minha mãe, já que
ela é uma internauta e utiliza o provedor Terra.
Respeito a sua opinião e acho muito importante cada um
ter a sua. Você, como bom jornalista, sabe muito bem que
jornal escreve o que quer, então, seria interessante,
quando você resolve falar de alguém, ligar para a pessoa
e saber o que é verdade ou não. Você deveria ter
perguntado o que fui fazer em Brasília, pois este é seu
papel como jornalista. Sei muito bem das minhas
limitações, sei que ainda tenho que caminhar muito para
chegar a ser uma grande administradora, principalmente
sem orçamento. Mas eu chego lá!"
"Jamais sairia de São Paulo para mendigar o que
quer que seja, mesmo porque não preciso do salário que
tenho hoje administrando o Centro Olímpico (esta
fortuna). Felizmente eu soube administrar o que consegui
com muito sacrifício no esporte, posso viver
tranqüilamente, sem ter que mendigar nada a ninguém. O
que quero atualmente é trabalhar com os jovens. O Sr.
Ministro esteve visitando o Centro Olímpico e se
comprometeu estar ajudando, mas era necessário um
projeto para tal. E foi isso que eu fui fazer em
Brasília. Se eu usei o dinheiro do povo para pagar as
passagens, também tenho parte neste pagamento, porque
também sou povo e pago os meus impostos."
"Te convido para visitar o Cento Olímpico e
conhecer o trabalho que estamos realizando nestes seis
meses. Quanto a minha administração, acredito na minha
inteligência e potencial, sei que tenho muito que
aprender. E é isso que fazemos nesta vida, aprender."
"Um abraço!
Paula (Diretora do Centro Olímpico)"
A coluna ("Acorda, Paula") alertava a ex-jogadora
sobre a inutilidade de ir a Brasília. O governo nada faz
pelo esporte, a não ser enviar mensagens para os atletas
que conseguem trunfos pelo esforço próprio. Ainda
acredito que se Paula precisa de ajuda deve pedir ao
Comitê Olímpico Brasileiro, ainda mais agora, com a
aprovação do projeto de lei que deve render pelo menos
R$ 40 milhões anuais das loterias. E, ainda mais, em se
tratando de recursos e projetos para um Centro Olímpico.
Como todos os esportistas, estamos torcendo para
que Paula tenha como administradora o mesmo sucesso que
teve como jogadora. Só precisa ter cuidado para evitar
cair nos velhos erros que atolam o desenvolvimento do
esporte neste país. E um deles é acreditar no governo. O
Brasil necessita mesmo de grandes dirigentes. Paula,
estamos mesmo torcendo para você. Pode ter certeza disso.