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Fernando Santos
Segunda-feira, 02 Julho de 2001, 15h51
terraesportes@terra.com.br

Procuram-se pivôs


A seleção brasileira masculina inicia outra fase de reformulação, desta vez mais radical e voltada para um futuro distante. Com jovens jogadores, o técnico Hélio Rubens começa a moldar uma nova geração, que já esbarra num velho problema: a falta de pivôs.

Esse é o tema de uma mensagem que recebo do técnico Atílio Sbrana, que pode ser considerado o descobridor do pivô Josuel. Numa extensa carta, o experiente treinador não poupa críticas a Hélio Rubens, não apenas pela última convocação, como também pelo que chama de "perseguição" a Josuel.

Conta o técnico Sbrana que Josuel só não foi para a NBA em 1995 por pressão de Hélio Rubens. O pivô, diz o treinador, tinha nas mãos um contrato por 3 anos com o Golden State Warriors. Mas não resistiu aos apelos de Hélio Rubens para permanecer no Brasil e em Franca, onde atuavam juntos. Agora, seis anos depois, o mesmo Hélio Rubens parece disposto a enterrar a carreira de Josuel na seleção?

"Vamos demorar vários anos para produzir outro jogador como ele tecnicamente", afirma Sbrana, ao se referir ao seu antigo pupilo, hoje com 31 anos. "Qual dos pivôs convocados faz mais de 10 pontos num jogo internacional?", questiona.

Hélio Rubens decidiu iniciar a sua reformulação na seleção pelo setor mais vulnerável nos últimos anos: o dos pivôs. Por isso, chamou Nenê (18 anos), Ânderson (19), Tiagão (20) e Estevam (22). A única exceção no grupo que está disputando amistosos no México é Sandro Varejão (29).

Fora da lista, Josuel não parece nem um pouco capaz de chamar a atenção de Hélio Rubens. Suas últimas atuações também contribuem para esse esquecimento. Josuel foi um pivô que surgiu com uma grande expectativa. Era forte e com presença intimidadora no garrafão. Mas, com o tempo, sua força foi definhando. Ele já não impõe tanto respeito, nem tem muita agressividade, principalmente nas jogadas ofensivas.

O técnico Atílio Sbrana, que ganhou vários títulos no infanto e no juvenil com Josuel, em Sorocaba, atribui essa queda à crise vivida pelo Flamengo. Fora isso, ele acredita que o pivô ainda poderia ser muito útil à seleção.

É possível, mas Josuel não demonstra ter toda a disposição e energia de seu descobridor. Por tradição, o Brasil sempre revelou bons alas e armadores. Há muito tempo, pivôs também surgiam, mesmo raros. Hoje, a situação é mais dramática no garrafão. E como a época é de experiência, Hélio Rubens, pela sua capacidade, merece crédito nas suas escolhas.

 

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