Se o San Antonio Spurs aposta em suas famosas Torres Gêmeas para
chegar à final da Conferência Oeste da NBA, o surpreendente Dallas Mavericks
tem as armas para implodi-las: a juventude de um time ambicioso, desde os
jogadores até o seu excêntrico proprietário.
O grande detonador do Dallas é o alemão Dirk Nowitzki. Ele não é
perigoso apenas no garrafão, mas é uma bomba ambulante nos arremessos de
três pontos. Foi assim que o Dallas explodiu o Utah Jazz no dramático quinto
jogo dos playoffs.
Os arremessos de três são lançados não apenas pelo alemão maluco da
terra do petróleo norte-americano. Eles surgem também com o armador
canadense Steve Nash e com o ala Michael Finley. O trio, ainda auxiliado
pelo ala Juwan Howard (desprezado por Michael Jordan no Washington Wizards),
deixou a dupla John Stockton/Karl Malone mais um ano na fila.
O time do Texas, com Nowitzki e o pivô Shawn Bradley, tem munição
suficiente para encarar Tim Duncan e David Robinson. O San Antonio também
tem um bom arsenal de arremessadores, responsáveis pela extinção do
Minnesota Timberwolves na temporada 2000/2001.
O que pode fazer a diferença é o espírito do Dallas. Um time jovem,
que há décadas não chegava tão longe nos playoffs. E que tem como exemplo um
dirigente único, que transpira motivação aos jogadores. O bilionário Mark
Cuban parece mais um garotinho à beira da quadra, como nos instantes finais
do jogo contra o Utah. Ele berrava com os seus jogadores-empregados,
exigindo garra.
É esse espírito de guerrilheiro que pode pôr abaixo o favoritismo do
San Antonio Spurs. Diferente do que acontece na outra semifinal, onde é o
favorito Los Angeles Lakers que vive em êxtase, com 11 vitórias seguidas e
embalado pela varredura no Portland, diante de um Sacramento Kings ainda
longe de ser um time maduro.
Mas, como diria um profeta do basquete, playoffs são playoffs...