O que mais falta ao basquete brasileiro? Não
bastasse a falência dos clubes, agora é a vez da
Confederação Brasileira passar o pires, com a perda de
seu principal patrocinador. E, para completar, a
pancadaria em Londrina mancha ainda mais o que sobrou da
reputação desse esporte.
Já ouvi alguém alguém dizer que pior do que está
não pode ficar. Mas, a cada dia, acredito menos nesta
afirmação, que poderia ser até encarada como um ato de
otimismo. Difícil é acreditar onde o basquete ainda pode
chegar. Porque, do fundo do poço, já passou faz tempo.
É surpreendente a maneira como a CBB reagiu ao
corte do patrocínio da Caixa Econômica Federal, que
trocou o basquete pelo atletismo. Ora, essa situação vem
se repetindo nos principais clubes do país, no masculino
e no feminino, e não é de hoje. Times sem dinheiro nem
para pagar um lanche após a partida. Salários, então,
viraram artigo de luxo. O que mais se ouve hoje em dia
são reclamações de pagamentos em atraso. Só no Flamengo
são pelo menos cinco meses sem ver a cor da grana.
A direção da CBB assistia a tudo como se nada
estivesse acontecendo. Do pedestal, considerava como se
o problema fosse apenas dos clubes. "Eles que se virem",
deve ter sido o comentário entre a cartolagem. Até que a
dor bateu no bolso da Confederação. "Meu Deus, o que
vamos fazer agora?", devem estar se perguntando os
gênios que comandam o nosso basquete.
A situação era bastante previsível. Há muito que
se cobra uma posição da CBB, uma medida de socorro não
aos clubes, mas à estrutura do basquete brasileiro. Não
se pode continuar do jeito que está. E o pior é que
ninguém se mexe. É um poço sem fundo!
E enquanto assistimos à decadência do basquete
brasileiro, aproveitamos para ficarmos ainda mais
chocados graças à selvageria no final da partida entre
Flamengo e Londrina. Lances acrobáticos, arremessos
precisos, belas enterradas? Nada disso. De acrobático,
só as voadoras. Arremessos, só de cadeiras. E
enterradas, só se for na cara do adversário.
E o que faz a CBB? Até o momento em que era escrita
esta coluna, na tarde de sábado, nenhuma punição havia
sido anunciada. Aliás, é o que mais se faz na CBB: nada.