O Brasil joga contra o Equador, às três horas da tarde em Quito, dois mil
metros acima do nível do mar. De lá chegam as notícias de que Emerson Leão,
o treinador, está criando problemas para o trabalho da imprensa.
Será que não existe um jornalista que tenha a missão de facilitar o trabalho dos
companheiros? É uma coisa tão antiga que nem vale a pena comentar. Só deixa
o técnico mais antipático. Aliás, uma pesquisa nacional do DataFolha,
mostra que a torcida não está nem aí com o técnico da seleção. Nem gosta
dele, nem desgosta; para o povo, ele é mais ou menos, café-com-leite. Nada
pior que o mais ou menos. A mesma coisa que chamar uma mulher de bonitinha.
Isso ofende: ou ela é gostosa, o máximo ou é menos bonita, mas de
personalidade. Bonitinha é a vovozinha!
Isso colocado vem a escalação do
time brasileiro. A novidade mais que a escalação de Belleti é a ausência de
Cafu. Este tem cem jogos como titular, é capitão do time, convocado para os
últimos dois jogos que não tinham a menor importância. Agora fica de fora.
Em Porto Alegre dizem que a convocação de Anderson, do Grêmio, causou um
grande espanto. Outra novidade é Silvinho no lugar de Roberto Carlos. Acho
que Leão está confundindo simpatia com futebol. Outro dia conversei com o
juiz Carlos Eugênio Simon. Ele apitou o jogo Uruguai e Equador, que terminou
2 a 2. O juiz não mostrou nenhum cartão amarelo. Ele me disse que o
Brasil corre sério risco na partida. Vamos torcer e acender umas velas, que
nunca é demais. A minha opinião? Ah, bom! Acho que o Brasil vence, mas vai
ser um parto dolorido. Ainda em tempo, Romário afirmou que não vai sentir o
problema da altitude porque corre muito menos que os outros jogadores. Joga
parado, só esperando a chegada da bola. Que bom que ele sabe disso!