Como diriam os funkeiros curitibanos, tá tudo errado com o time do
Paraná. Não há mocinhos nem bandidos, só um festival de trapalhadas. A
equipe, à beira da falência, nem mesmo deveria ter sido formada. Mas, já que
foi, não pode deixar as jogadoras na mão deste jeito. É o basquete feminino
brasileiro!
O governo do Paraná demorou para descobrir que tem coisas mais
importantes para cuidar do que um grupo de esportistas de elite. É um
dinheiro alto demais num país pobre como esse. Não é demagogia afirmar que
os milhões investidos no time da ex-jogadora Hortência deveriam ser
destinados a famílias muito mais carentes do que as atletas.
Se existe uma atividade que o governo deve incentivar é a prática
esportiva, com escolinhas e formação básica. Tudo o que vier a mais, como
acontece com o time do Paraná, é pura luxúria, é como atirar dinheiro pela
janela. Os únicos beneficiados são os esportistas, que aproveitam para mamar
nas tetas do Estado.
Mas também não está certo abandonar as jogadoras no meio do caminho.
Se o acordo foi firmado, bem ou mal, ele deve ser cumprido até o final.
Deixar as jogadoras desamparadas agora é mais uma prova da incompetência
administrativa, que faz parte da cultura de nossos governantes. Portanto,
não há o que estranhar.
O incrível é constatar a paralisia total dos dirigentes do basquete
brasileiro. Não é só o Paraná que vive essa situação. O mesmo acontece com
Vasco, Santo André e Jundiaí, para falar apenas das principais equipes do
país. Principais e, talvez, únicas, porque o esporte que ganhou duas
medalhas nas últimas olimpíadas está de pires na mão.
Não existe nenhum plano de salvação, nenhuma iniciativa por parte dos
dirigentes. Eles continuam sentados em suas cadeiras, ainda acreditando que
se trata de um esporte amador. Isso foi há décadas atrás. Mas o
profissionalismo, de fato, ainda não existe. E quem sofre mais com toda essa
baderna são as jogadoras. É o basquete, e o Paraná, dando com os burros
n'água.