Em época de Carnaval, tem muita gente do basquete pulando. Pulando
fora. Charles Byrd, após quase cinco anos de glórias no Vasco, ameaçou pegar
a fantasia e sair à procura de outra avenida para desfilar seu talento. Mas,
por enquanto, só o técnico Antônio Carlos Barbosa abandonou o barco
alegórico de Karina & Cia.
Como já foi colocado neste espaço virtual, o Vasco só não afunda de
vez devido a Hélio Rubens. Ele está segurando, ou pelo menos tentando, uma
barra muito pesada. Com salários atrasados há meses, a situação está a cada
dia mais insustentável. Vargas foi o primeiro a sair, e por pouco não perdeu
Charles Byrd.
Peça fundamental da equipe, Byrd disse na quinta que estava procurando
outro bloco. Nesta sexta, após reunião com a diretoria, prometeu ficar até o
final de seu contrato, em julho. Mas será que ele aguenta terminar o
semestre e não receber nenhum tostão?
Triste fim para um clube que pretendia se transformar numa escola de
samba, digo, escola de basquete. Ao que tudo indica, não passou de uma
alucinação. O Vasco, que conseguiu o feito histórico de disputar a final de
um McDonald's Open, hoje está em frangalhos.
Situação que se repete em muitos outros clubes, como no Jundiaí, que
hoje sobrevive com a caridade do técnico de futebol Wanderley Luxemburgo.
Ajuda que não foi suficiente para segurar o treinador Antônio Carlos
Barbosa. Ele alegou problemas particulares e o desejo de se dedicar mais à
seleção feminina. Mas a razão está estampada na cara de qualquer folião: a
aventura de Jundiaí está com os dias contados.
Esses são apenas mais alguns sinais da penúria do nosso esporte. Como
se vê, não há motivo para alegria. Pelo contrário. Estamos vivendo numa
interminável Quarta-Feira de Cinzas.