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Juarez Soares
Sexta-feira, 16 Fevereiro de 2001, 15h34
terraesportes@terra.com.br

Luxemburgo e Eurico, os bois de piranha


Quem se dá ao trabalho de ler essas mal traçadas linhas já sabe qual é a minha impressão sobre as CPIs que no momento agitam o futebol brasileiro. Essas comissões foram propostas pelo menos, a do deputado Rebelo já faz muito tempo. Ficaram nesta repugnante gestação política muito própria da maneira dos políticos encararem as coisas que deveriam ser levadas a sério.

De uma maneira surpreendente, a Comissão Parlamentar da Nike foi instalada justamente no momento em que o governo federal se debatia para explicar sua ligação com um tal de Eduardo Jorge. Além da CPI dos deputados ainda veio de quebra sua comadre, a CPI do Senado. Hoje ninguém mais fala naquele Eduardo Jorge, que mais algum tempo poderá ser elevado à categoria de santo como aconteceu recentemente com o Frei Galvão.

Aí, foi servido em Brasília um grande maná, um mamão com açúcar, com emissoras de rádio e televisão, mais jornais e revistas procurando para entrevistas fotografando, colocando na tela, deputados e senadores desconhecidos e inoperantes que o povo brasileiro jamais conheceu. Deles não se tinha notícia até essa época de um discurso inteligente de um projeto de lei, que beneficiasse o sofrido povo brasileiro. Viviam às escondidas, acabrunhados na sua pasmaceira política, falando pelos corredores, tomando cafezinho e jogando conversa fora. De repente, lhes foi dada a oportunidade de entrevistar as grandes figuras do esporte brasileiro, na passarela da CPI desfilaram João Havelange, Ricardo Teixeira, J. Hawilla, estes do primeiro time deslavadamente protegidos por perguntas mal feitas de gente despreparada. Teve também o time das figuras populares como Zagallo e Ronaldinho que deitaram e rolaram face à incompetência na hora da argüição pelos deputados.

Agora é a vez do baixo clero, o empresário Juan Figer, um tal de Jimmy Martins, um coitado de um jogador que veio do Maranhão. Esses deram pouco Ibope. O que as CPIs queriam mesmo eram dois bois de piranha, duas buchas de canhão, para chamar a atenção do torcedor brasileiro.

A dupla escolhida é composta por Wanderley Luxemburgo e Eurico Miranda. Depois de quatro meses de acusações, nada se provou contra o técnico Luxemburgo fora o fato dele ser réu confesso na dívida que tem com o fisco brasileiro. Luxemburgo voltou a trabalhar e a vida continua. Eurico Miranda agora é a bola da vez. Tem dívidas a pagar, claro que sim, explicações a dar, sem dúvida, vai ter que responder pelas irregularidades que cometeu. Mas, no caso do dirigente vascaíno, a CPI também foi incompetente. Ele só poderá ser cassado, deixar a presidência do Vasco, ir para a cadeia por uma única razão: brigou, desafiou, enfrentou a TV Globo. Mas nesse caso, não é a CPI dos políticos, é a CPI da televisão. Convenhamos, uma grande covardia.

 

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