CAPA ESPORTES
 ÚLTIMAS
 TABELÃO
 ESPORTES SHOW
 IMAGEM
 FUTEBOL
 FÓRMULA 1
 AUTOMOBILISMO
 TÊNIS
 BASQUETE
 VÔLEI
 SURFE
 AVENTURA
 MAIS ESPORTES
 COLUNISTAS
 RESULTADOS



 ESPECIAIS






 SHOPPING




 SHOPPING
Clique aqui!



Fernando Santos
Segunda-feira, 12 Fevereiro de 2001, 01h48
terraesportes@terra.com.br

Cano alto demais


Sobrou arrogância e faltou humildade para a seleção do Oeste não apenas ganhar, mas arrasar com a equipe do Leste no All-Star Game, que valeu pelos últimos quatro minutos. Depois de começar o quarto período 19 pontos atrás, o time "da casa" reagiu nas mãos de Allen Iverson e venceu, por um ponto (111 a 110), sem esconder o ar de satisfação pelo troco nos cowboys.

Declarações atribuídas a Kobe Bryant, segundo a ESPN, davam conta de que o Oeste iria destruir a capital norte-americana. De fato, o que se viu durante 44 minutos de jogo foi o total domínio da equipe liderada por Bryant, que teve a chance de fazer o arremesso decisivo, mas preferiu o passe para Tim Duncan, que recebeu o toco de Vince Carter, no segundo final.

Os gigantes do oeste tomaram rapidamente conta do jogo. Afinal, demorou para o técnico Larry Brown descobrir que havia apenas um pivô capaz de impedir uma tragédia. Dikembe Mutombo não caiu no clima de descontração, jogou com seriedade e foi um dos grandes responsáveis pela vitória, graças a seus incríveis 22 rebotes. Enquanto isso, o time do Oeste passou a debochar, deixou o jogo de lado e aproveitou o ar de irresponsabilidade da partida. Seus pivôs, que no começo eram soberanos, passaram a ser dominados pelo "rei" Mutombo, que merecia ter dividido o prêmio de MVP, de melhor jogador da partida, com Iverson.

Mas a escolha, que bateu com a votação via internet no site da NBA, foi bastante justa. Iverson marcou 15 de seus 25 pontos no último período, quando os grandalhões do Oeste achavam que o jogo estava ganho e abriram o caminho para as penetrações no garrafão.

Não se pode esquecer de duas cestas espetaculares de Stephan Marbury, ambas de três pontos, nos instantes finais. Momentos que deixam uma certa dúvida no ar: teria sido uma armação da liga a reação final? O Jogo das Estrelas serve para badalar a NBA, e nada melhor do que uma reação, uma partida decidida nos últimos instantes, para atrair a audiência, que está a cada dia mais em baixa na temporada regular. Talvez tenha tido uma mãozinha dos cartolas para tornar a partida mais atraente, quando muita gente estava trocando de canal. Quem ficou até o final, ao menos foi recompensado por emocionantes quatro minutos de basquete. Porque o restante foi dominado pela arrogância e por raros lances memoráveis, como duas cestas de Iverson (uma delas trocando a bola de mãos em pleno ar); duas enterradas de Vince Carter (melhores do que qualquer uma no torneio de enterradas do sábado); e uma ponte área de Kevin Garnet para Kobe Bryant.

Decadente mesmo foi a participação de Karl Malone. No site da NBA, está registrado apenas um minuto de atuação. Na CNN-Sports Illustrated, são quatro minutos. Uma vergonha para quem já foi eleito o melhor jogador da temporada.

E falando, digo, citando alguns sites, não foi fácil confirmar a grande atuação de Mutombo. Na NBA e na ESPN, ele nem era citado nas estatísticas. Como se simplesmente não tivesse jogado. E na CNN não havia, minutos após a partida, o nome do jogador na fileira reservada para as estatísticas de "alguém" que havia conquistado 22 rebotes. É o fim da picada, não é? Pior do que isso só mesmo o cano, digo, salto alto dos jogadores do oeste.

 

veja lista das últimas colunas

  Coluna do Internauta   Diário de Sydney   Juarez Soares
  Daniela Giuntini   Fernando Santos   Wanderley Nogueira