CAPA ESPORTES
 FUTEBOL
 FÓRMULA 1
 BASQUETE
 TÊNIS
 VÔLEI
 MAIS ESPORTES
 COLUNISTAS
 RESULTADOS
 AGENDA




 SHOPPING
Clique aqui!



Fernando Santos
Segunda-feira, 29 Janeiro de 2001, 10h10
terraesportes@terra.com.br

Defesa Matrix


Sem nenhuma grande estrela em campo, prevaleceu a força defensiva. Campeão do Super Bowl 35, o Baltimore Ravens consagrou a melhor defesa de todos os tempos da NFL, a liga norte-americana de futebol americano. Nenhuma outra equipe na história sofreu menos pontos durante uma temporada. Isso não significa, porém, que a partida tenha sido um espetáculo. Pelo contrário, durante as quase quatro horas de transmissão pela TV, salvaram-se alguns segundos. Aqueles 36 segundos no terceiro quarto, quando foram marcados três touchdowns, dois deles em retornos de chutes.

Essa, na verdade, foi a jogada que melhor define esse Super Bowl. Com dois times medíocres ofensivamente, o que se viu em Tampa Bay foi um festival de punts, o chute que a equipe dá quando não consegue avançar no campo pela sua incompetência ofensiva. Eu perdi a conta quando o total chegou a 16, novo recorde em uma final da NFL.

É possível creditar o fracasso dos ataques às defesas, principalmente à muralha do Baltimore. Mas os dois times tinham quarterbacks de terceira categoria. Principalmente o Giants. Kerry Collins, um ex-alcoólatra, parece ter regredido no tempo devido às muitas besteiras que cometeu. Sofreu quatro interceptações e pode ser considerado o verdadeiro culpado pelo massacre de 34 a 7. O único touchdown do time de Nova York foi marcado pela equipe de especialistas.

Assim, não foi surpresa a escolha do linebacker Ray Lewis como o MVP, melhor jogador da final. Para isso, ele conseguiu sete tackles. Ora, bolas! Nos últimos anos, os MVPs foram jogadores como John Elway, Bret Favre e Steve Young. Para Lewis, porém, foi uma espécie de renascimento, após toda a confusão em que se meteu por ter sido acusado de envolvimento no assassinato de dois garotos numa festa, exatamente há um ano, logo após o Super Bowl 34, em Atlanta.

Para quem gosta de defesas, foi um prato cheio. Para quem gosta de espetáculo, o melhor da noite foi o show de transmissão da CBS, com uma câmera mágica: a Eyevision. Um sistema, avaliado em quase US$ 1 milhão, composto por mais de 20 câmeras, que é capaz de girar imagens em até 270 graus. Quem assistiu ao filme Matrix tem uma ótima referência.

Se o Super Bowl 35 não deixou nenhuma grande recordação para o futuro, ao menos apresentou um tremendo salto tecnológico na transmissão pela TV. Valeu pelo show de imagens.

 

veja lista das últimas colunas

  Coluna do Internauta   Diário de Sydney   Juarez Soares
  Daniela Giuntini   Fernando Santos   Wanderley Nogueira