É muito desagradável quando a gente tem que escrever
criticando pessoas, atitudes, agremiações e entidades.
Bem que se procura um assunto positivo para elogiar,
respirar um pouco aliviado, com uma ação inteligente, de
bom senso. Outro dia, quase caí duro quando li a
declaração de Pelé, dizendo que é preciso se unir a
"banda podre do futebol brasileiro" para a melhora de
todos. Até agora luto para não acreditar em tamanho
disparate. Até tu, Pelé?
Mas essa semana aconteceu um
fato que merece elogio, ao menos pela metade. Dentro do
campo, na final do jogo São Paulo e Roma (de Barueri)
pela final da Copa de Juniores, foi tudo uma beleza. Os
dois times conseguiram marcar oito gols no tempo normal,
4 a 4, para depois o Roma ganhar o título de campeão na
segunda série das cobranças de pênaltis.
Ao todo, o São
Paulo esteve cinco vezes na frente com chances de ganhar o
bi-campeonato e acabou perdendo. Acho que a Copa São
Paulo foi idealizada para isso mesmo: revelar valores.
Essa revelação pressupõe, é óbvio, que o jovem atleta
seja desconhecido. Assim como os meninos do Roma, time
que só vai completar 1 ano de vida no dia 7 de
fevereiro.
O São Paulo vai testar no time principal
algumas revelações, como Harison, Oliveira e Renatinho, jogador de grandes
qualidades. No Roma, a cidade de Barueri já deve estar
sitiada por empresários, aproveitadores de sempre, que
prometem um futuro cheio de dólares para jogadores e
dirigentes.
Se dentro do campo foi tudo muito bem, na
outra metade, fora dos gramados, quase aconteceu uma
tragédia. A torcida do São Paulo, que a partir do meio-
dia só podia comprar ingressos em uma Kombi, se rebelou. O confronto com a Polícia Militar
foi direto e violento. Carros depredados, bombas de
efeito moral, tiros de festim e crianças feridas. Depois,
acusações mútuas entre PM e Federação Paulista de
Futebol. Só que até agora não apareceu a vaca holandesa
que deu 20 litros de leite e um coice no balde.