Franca tem milhões de razões para comemorar o título paulista: foi o nono de sua história; conquistado dentro da casa do adversário, o antigo detentor do título; por 3 jogos a 0; com um time jovem, cheio de
promessas; com o treinador, Daniel Wattfy, que precisava de reconhecimento para sair da sombra de seu mestre; e com todos os méritos e justiça.
Mais do que isso, essa final representou um sopro de vida no basquete paulista. Foram três jogos emocionantes, que resgatam o orgulho e a auto-estima daquele que era considerado o principal centro do
esporte no país.
Nos três jogos, os finalistas superaram os 90 pontos e o vencedor nunca foi definido antes do último minuto. Isso, apesar da limitação de recursos e da perda
de talentos, principalmente para o basquete carioca. Mas
São Paulo não perdeu suas raízes. Mostrou novamente que
é imbatível na revelação de jogadores.
Ou como explicar o sucesso de Franca em seus 41
anos de glórias? Com Márcio e Valtinho brilhando, o que
mais é preciso para comprovar a excelência de seu
projeto, a riqueza de seu trabalho?
Mesmo assim, a cada ano, o sofrimento aumenta, com a
dificuldade em conseguir patrocínios, em manter esse
sonho, essa paixão pelo basquete.
Que essa final sirva de exemplo, que se transforme
num marco na virada do milênio. Em mais um marco de
Franca, onde repousa, em berço esplêndido, o primeiro
título conquistado neste novo século.