O basquete deve grande parte de sua magia ao ataque, à marcação de
pontos. No Brasil, esse estilo sempre foi alvo de controvérsia, como os
duelos táticos entre o "ofensivo" Ary Vidal e o "retranqueiro" Hélio Rubens.
Num extremo comparativo, poderia ser a briga entre o bem e o mal. Afinal, o
que a torcida quer ver é bola na cesta.
Esse dilema está de volta na final do Campeonato Paulista masculino.
Após a derrota no primeiro jogo, em Franca, Bauru está voltando suas
atenções para o setor defensivo. Nos últimos dias, essa tem sido a
preocupação do técnico Guerrinha, um discípulo da filosofia retranqueira de
Hélio Rubens.
E Guerrinha mostra que aprendeu bem a lição. Segundo as estatísticas
da Federação Paulista, Bauru tem a melhor defesa do campeonato, com média de
80.6 pontos sofridos por partida. Por outro lado, tem o segundo melhor
ataque, com 92.8 de média de pontos marcados, atrás apenas do eliminado
Ribeirão (93.3).
Então, qual a saída para Bauru: valorizar a defesa ou o ataque? É claro
que o desejado equilíbrio seria o ideal, a perfeição, o sonho de qualquer
equipe. Mas, agora, na decisão do título, qual o caminho a seguir? Eis o
dilema de Guerrinha.
Como fã do basquete, prefiro a opção ofensiva. Esse é o charme do
basquete. A torcida fica ligada na cesta, apesar de também vibrar com as
grandes jogadas da defesa. Mas não dá para comparar um jogo que termina com
dois times chegando aos 90 pontos com outro com equipes sofrendo para passar
dos 50.
Para Franca, a situação não é muito diferente. O time tem o terceiro
melhor ataque do Paulista (91.7 pontos em média), mas apenas a quinta melhor
defesa (sofre 83.7 pontos, em média). Aqui está uma demonstração de que o
ataque é a melhor maneira de chegar à vitória. E quem venceu mesmo o
primeiro jogo da final?