Em três anos, duas finais estaduais. Um título na galeria e outro em
disputa. É Bauru, a cidade que se candidata a roubar de Franca não apenas o
Campeonato Paulista de 2000, mas a honra de ser chamada de "capital do
basquete". Pelo menos de São Paulo.
É verdade que Franca tem uma tradição de pelo menos quatro décadas e
que, como nenhum outro time, soube superar nesses anos todos as dificuldades
de patrocínio. Por isso, não será fácil perder a glória de ser conhecida
como celeiro do basquete.
Com um trabalho de causar inveja, com muitos jogadores promovidos das
escolinhas, Franca é um exemplo a todo o país, que agora encontra um aluno
competente.
Sob o comando de Guerrinha, um filho das gerações campeãs de Franca,
Bauru começa nesta quarta-feira sua campanha rumo ao trono. E aparece como
favorito, apesar de tentar evitar essa fama a todo custo. Mas como
desconsiderar o time de melhor campanha na primeira fase, com vantagem de
mando de quadra no mata-mata final e que venceu os dois confrontos contra
Franca na competição?
Bauru desponta como uma nova potência. A cidade está disposta a
investir e tem uma torcida que, apesar da juventude da equipe, já nasceu
fanática. Ingredientes que apontam para um futuro brilhante, num basquete
cada vez mais carente de projetos e apoio.
E Franca resiste. A cada dificuldade, a cada corte de patrocínio,
ganha mais força. Uma estrutura corajosa, apesar dos problemas que se
multiplicam. Foi assim na memorável final do Campeonato Brasileiro de 1999,
quando Franca, desmontada pelo rival carioca, bateu o Vasco.
Hoje, o celeiro está em mais uma final, a primeira após 18 anos da era
Hélio Rubens. É mais um marco para o projeto de maior sucesso na história do
basquete brasileiro. Uma lição, que Bauru soube aprender muito bem.