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Fernando Santos
Sexta-feira, 12 Janeiro de 2001, 15h27
terraesportes@terra.com.br

A resposta de Karina


Como prometido, a coluna abre espaço para a mais brasileira das jogadoras argentinas, Karina. A pivô do Jundiaí/Quaker foi criticada aqui pelo ex-jogador Marcelo Chagas, que hoje mora na cidade paulista. Ele condenou a maneira como ela administra e atua pela equipe, em carta que foi divulgada na coluna "Reação mexicana".

Segundo Karina, em entrevista por telefone, Marcelo Chagas, também conhecido por Mexicano, estava "muito mal informado" pelo trabalho esportivo e social desenvolvido em Jundiaí. "Eu e as jogadoras da equipe fomos conversar com ele, saber de onde ele tirou tantas informações falsas. Exigimos dele uma retratação, do contrário todas nós e o técnico Antônio Carlos Barbosa iríamos processá-lo pelas mentiras e declarações sem provas que ele prestou", disse.

Karina conta que mantém em Jundiaí cerca de 1.000 crianças nas escolinhas de basquete, além de uma equipe de cadeira de rodas. "Nós somos mais do que uma equipe de basquete, existe todo um projeto em desenvolvimento. Algo que ele não conhecia e, por falta de informação, falou um monte de besteiras."

Criticada por estar "jogando mal", ao dividir a função de pivô e administradora, Karina levou a Marcelo Chagas as estatísticas do Campeonato Paulista: ela é a segunda cestinha e também a segunda em rebotes. Sua equipe garantiu vaga na semifinal por antecipação. "Se esses números não servem para mostrar como estou jogando, então ele não entende nada de basquete."

A argentina naturalizada brasileira concorda com as críticas feitas pelo ex-jogador à estrutura atual do basquete brasileiro. "Ele tem razão quando fala de nossos dirigentes, da falta de apoio aos clubes. Veja o caso das jogadoras do Vasco, que estão há três meses sem receber salários. É uma situação bastante preocupante, que não pode continuar dessa forma."

Com a experiência de quem está acostumada a bater de porta em porta em busca de patrocinadores, Karina acha que a única saída é a aprovação da nova lei de apoio fiscal ao esporte. "Sem ela, os patrocinadores não vão investir. E, sem eles, não só o basquete, mas todos os esportes irão sofrer." Ela acredita também que já é hora de a Confederação Brasileira de Basquete fazer alguma coisa. "O basquete está sendo muito mal-tratado pela CBB."

Karina revelou que na próxima segunda-feira terá uma reunião com os executivos da Quaker. "Vamos decidir se o patrocínio será mantido, se continuaremos usando Quaker ou Pepsi (nova detentora da marca). Mas já temos duas grandes multinacionais interessadas no nosso projeto. Afinal, temos cinco jogadoras e o técnico da seleção nas Olimpíadas de Sydney. É um trabalho sério, e que está dando resultado."

Com a resposta de Karina, a coluna cumpre a sua missão de deixar um espaço democrático para a discussão dos problemas do basquete, além de estar aberta a propostas que ajudem o esporte. O ex-jogador Marcelo Chagas também mandou nova mensagem, que será relatada na próxima coluna, no domingo.

 

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