McLaren monta seu programa de pilotos com Bortoleto e não só F1
Emanuele Pirro, coordenador do programa de pilotos da McLaren, elogia Gabriel Bortoleto e dá pistas de como será o projeto do time
A montagem de academias de pilotos é um fenômeno não muito recente no automobilismo. Se entramos pela história, encontramos vários exemplos, com ênfase no exemplo francês (já falamos aqui). Outro ponto alto neste campo é o programa da Mercedes de Endurance no início dos anos 90 e trouxe Karl Wendlinger, Heinz Harald Frentzen e um tal de Michael Schumacher...
A F1 acaba tendo uma preponderância no cenário. Nos acostumamos nos últimos tempos a ver com força a questão dos programas de formação de pilotos. A Red Bull é o exemplo mais chamativo de um projeto deste tipo. Mas Ferrari também tem um projeto de formação bastante forte desde a década passada. A Alpine conta com um programa bem estruturado, mas que teve pilotos aproveitados na F1 em outras equipes...
Mercedes conta com um esquema mais enxuto, mas que tem dado bons resultados. Podemos pegar George Russell como exemplo recente e vem preparando um piloto de grande futuro que é Andrea Kimi Antonelli.
Quem anunciou nos últimos tempos uma iniciativa de desenvolvimento de pilotos foi a McLaren. Anteriormente, o time se uniu com a Mercedes e gerou o crescimento de Lewis Hamilton. Com a saída alemã, o time teve o trabalho no desenvolvimento de Stoffel Vandoorne e promoveu sua estreia em 2017 na categoria, após uma campanha arrasadora na base.
A equipe teve uma série de questões financeiras e depois da entrada de um novo sócio na área de corridas, as coisas serenaram um pouco e permitiram pensar em crescimento: expansão na IndyCar, entrada na Extreme E e Fórmula E e construção de um novo túnel de vento em sua Sede em Woking.
Estando as coisas mais assentadas, uma nova frente foi aberta: estruturar um projeto de pilotos. E para comandar o processo, trouxe uma pessoa com ampla experiência em automobilismo: o italiano Emanuele Pirro.
O italiano atuou nos últimos anos como Comissário da FIA, mas tem uma ampla história no automobilismo vencendo 5 vezes as 24 Horas de Le Mans e 2 vezes as 12 Horas de Sebring, entre outras provas de peso. Também andou na F1 e foi piloto de testes da própria McLaren entre 88 e 89.
Pirro bateu ponto em Interlagos acompanhando a McLaren, dando apoio a Gabriel Bortoleto, primeiro piloto trazido dentro da nova fase do programa. Em conversa com a nossa reportagem e também com Wagner Gonzalez, da Curva 3, o italiano deu algumas indicações do que a equipe pretende para o futuro.
Busca desde a base e não só para a F1
De acordo com Pirro, a ideia da McLaren é seguir a linha das demais equipes e fazer um trabalho de preparação de pilotos desde o kart. Como o ex-piloto citou, a equipe tem um grande conhecimento técnico e de competição, o que pode ajudar a potencializar a formação dos pilotos. A intenção é usar toda a estrutura do MTC (Sede do time) e trabalhar a integração e pertencimento à McLaren.
O projeto prevê começar do zero. Embora Ugo Ugochuwu (que vai para a FRECA na PREMA em 2024) já tenha uma ligação com time, vem mais de um esforço pessoal de Zak Brown. Gabriel Bortoleto seria o primeiro piloto trazido dentro desta nova fase do programa. Muito elogiado por Pirro, quem deu um bom retorno sobre o brasileiro foi um de seus filhos, que foi engenheiro de Bortoleto na PREMA na F4. A partir daí, a negociação foi bem rápida.
Uma observação feita por Pirro é que hoje um piloto tem chance de ter sua evolução mais rápida e sem tanto peso econômico pois estas academias podem ser abraçados e ter o seu desenvolvimento mais acelerado, já que a questão de arrumar recursos sempre é um peso para os pilotos e pode impedir a repetição de casos como os de Esteban Ocon e Lewis Hamilton.
Depois de Gabriel Bortoleto, a McLaren anunciou a incorporação de Bianca Bustamante ao seu programa e será apoiada para a temporada 2024 da F1 Academy. A ideia é também trabalhar a representatividade e principalmente: não focar somente na F1. Segundo Pirro, como a McLaren também atua em Indycar, Fórmula E e Extreme E, o programa pode ter uma flexibilidade para a formação dos pilotos e atender às necessidades do time.
A ver como será o futuro. O projeto é interessante e a equipe quer investir nele, devenedo anunciar novos nomes em breve. Gabriel Bortoleto agradece.
-vbnhaun2kv95.jpg)
