F1: Na briga Norris x Piastri, os detalhes fazem a diferença

Não se nega que a McLaren é o carro a ser batido nesta temporada. Pelo menos, até aqui, em termos de ritmo, nada parece parar os Papaya. Neste quadro, o campeonato de pilotos fica cada vez mais restrito a Oscar Piastri e Lando Norris.

Dois jovens pilotos que tem perspectivas de futuro brilhante. De um lado, o britânico Lando Norris, que se enquadra na categoria de “Jovem Veterano”, indo para a sua sétima temporada na F1 com somente 25 anos. Do outro, o australiano Oscar Piastri, que chegou na F1 com a reputação de “monstrinho” por ter ganho tudo nas categorias de base, o que até mereceu a “mão de gato” da McLaren ao tirá-lo dos campos franceses da Alpine...

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Não é de hoje que Lando Norris é considerado um daqueles que podem conseguir o “algo mais”, em busca de títulos. O lobby da imprensa britânica ajuda a colocar neste patamar, mas Norris mostrou ser um potencial vencedor. E teve a resiliência de aguentar o momento de reconstrução da McLaren.

Porém, Norris tem ao seu lado este australiano que chegou como fenômeno. Oscar Piastri veio com a perspectiva de ser um “dos próximos futuros campeões”. O seu currículo na base dava toda a certeza disso. Mas quantos vimos chegar na F1 com belas carreiras no acesso e simplesmente não acontecer?

Desde o ano passado, a McLaren passou a ser o carro a ser batido. E logo se colocou Norris como aquele que poderia disputar a liderança com Max Verstappen. Só que a McLaren também meteu os pés pelas mãos e o britânico perdeu disputas diretas com o neerlandês em pista. Daí vem a pergunta se Norris era realmente merecia ser um campeão de mundo.

Enquanto isso, Piastri ia em seu processo de maturação. Não a toa vieram 2 vitórias: Hungria (em um caso que se questionou muito a decisão da McLaren não ter ordenado a inversão de posição) e Azerbaijão. Mas em treinos e corridas, os vislumbres apareciam. E uma coisa se dava como certa: a hora do australiano chegaria.

E o tempo chegou: embora seja uma "geladeira", Piastri soube aproveitar as opotunidades, demonstrando que a expectativa colocada nele poderia se concretizar. Embora Norris tenha vencido a primeira na casa de Piastri, o australiano emendou uma sequencia de tres vitórias seguidas e mostrou um espírito assassino que Norris não conseguiu materizalizar.

Não que lhe falte. Porém, na hora de colocar em prática, acaba se enrolando. O exemplo foi o ataque na relargada do GP do Canadá, quando tentou ir para cima de Piastri e acabou rodando, estragando sua corrida. 

São momentos como estes que põem em xeque. E na Bélgica tivemos mais um exemplo: embora Norris tenha conseguido fazer uma bela volta para obter a pole position, Piastri soube aproveitar o momento logo na segunda volta e deixou o britânico a ver navios. Embora tenha parado depois e usado pneus duros, o que tenha lhe dado uma posição mais folgada para o final da prova, Norris cometeu um erro e deixou a diferença crescer. Chegou a tirar diferença, mas Piastri conseguiu segurar a liderança, mesmo com seus pneus médios em frangalhos. Não fossem os erros....

A disputa ainda está em aberto, mas a conjuntura ainda é favorável para Piastri. Norris tem consições de reverter o quadro, faltando onze provas para o final do campeonato. Mas conseguirá ter a virada mental necessária? Por um lado, o britânico mostra sua humanidade deixando mostrar que sente as situações e tenta lidar com as condições cambiantes. Porém, em uma condição assim, não são poucos que colocam em duvida o seu poder de reação.

Na Hungria, teremos mais um round desta briga. Pelas características de Hungaroring, a McLaren é favorita. Piastri chega com dezesseis pontos na frente de Norris. No cenário atual, tudo caminha para um campeão mundial inédito. Mas será que a fria juventude baterá a veteranice juvenil? Mesmo com mais rodagem, Norris tem mais a provar do que Piastri. Na hora de tratar os detalhes, Piastri tem se portado como um veterano. Coisa que Norris pode bater no peito, mas não pode se garantir. Ainda.