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F1: As armadilhas que a Red Bull deve evitar no seu futuro

O desempenho desta temporada é bem abaixo dos padrões taurinos. Mas este acaba sendo um dos menores problemas da Red Bull agora

13 ago 2025 - 08h14
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Verstappen e Tsunoda: o RB21 pode ser o menor dos problemas...
Verstappen e Tsunoda: o RB21 pode ser o menor dos problemas...
Foto: Red Bull Content Pool

2025 tem sido um ano de grande turbulência para a Red Bull e não estamos falando do RB21. Embora o carro esteja se mostrando extremamente manhoso para ter um bom desempenho, os taurinos tem desafios enormes à sua frente para evitar o naufrágio próximo...

Quem comanda?

Laurent Mekies: o mais novo vaqueiro no estábulo
Laurent Mekies: o mais novo vaqueiro no estábulo
Foto: Red Bull Content Pool

O movimento mais recente da Red Bull foi a saída de Christian Horner do comando do time e a chegada de Laurent Mekies. Significou um fechamento em uma história que sangra desde o ano passado e fez o time perder muita gente graúda, incluindo Adrian Newey e Jonathan Wheatley.

Porém, a questão de comando vai antes do escândalo Horner. Vem desde a morte de Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull e principal fomentador do projeto de equipe em 2022. Houve uma briga intestina para definição de quem iria tomar parte dos destinos dos taurinos: Horner aproveitou para barrar o acordo com a Porsche(até onde se sabe), trazer o projeto do motor próprio na mesa com a Ford entrando como parceira na parte elétrica e quis ser o comandante geral, tentando se aproximar dos tailandeses (que eram os majoritários na sociedade da Red Bull) e tirar Helmut Marko da jogada.

Este ruído todo foi se tornando ensurdecedor e ainda houve a entrada de Oliver Mintzlaff, o novo executivo da empresa na parte esportiva. Outro nome que apareceu no cenário foi o de Mark Mateschitz, filho de Dietrich e que parece ter a mesma paixão do pai pelos carros. Mintzlaff foi aos poucos se chegando, inclusive decidiu pela permanencia da Racing Bulls sob controle dos taurinos. Além de Helmut Marko.

Mintzlaff, Horner e Marko no GP da Arábia: o primeiro mostrou quem manda
Mintzlaff, Horner e Marko no GP da Arábia: o primeiro mostrou quem manda
Foto: Red Bull Content Pool

Este ano, com a modificação da estrutura societária, praticamente igualando a situação entre austriacos e tailandeses (49% para cada e 2% ficando na mão de um fundo) e o desempenho abaixo do esperado, Horner foi defestrado. Ainda mais com a situação do "fica ou não fica" de Verstappen, que tem contrato até 2028.

A promoção de Laurent Mekies, vindo da Racing Bulls (e já tinha batido ponto entre 2005 e 2008 na Toro Rosso), foi uma imposição da parte austríaca, que vem tomando de novo as rédeas do comando do time. Mekies não foi uma escolha em vão: conhece bem os meadros do grupo e estava até pouco tempo atrás na Ferrari (onde era Diretor Esportivo). 

Mas a pergunta que fica: até onde Mekies vai poder atuar? Horner foi o cara que construiu a Red Bull que conhecemos e foi muito além do papel de um simples chefe de equipe, tendo um poder quase absoluto. A expectativa é que as tarefas que eram antes centralizadas em uma pessoa só sejam redistribuidas. E aí pode acontecer um problema que mata uma equipe de F1: a centralização em altas estruturas organizacionais e limitar o funcionamento e decisões.

Este foi um dos fatores determinantes para que times como Toyota e Jaguar (que deu origem à Red Bull) fracassassem na F1. Mesmo com as equipes tendo um batalhão de pessoas atualmente, a rapidez nas decisões é primordial. Esta é uma grande armadilha que a Red Bull deve escapar.

Restrições na área técnica

Pierre Waché no GP de São Paulo de 2024
Pierre Waché no GP de São Paulo de 2024
Foto: Red Bull Content Pool

Desde a saída de Adrian Newey, um dos desafios da Red Bull era fazer o Newerismo sem Newey (falamos disso aqui). Pierre Waché (foto acima) teve o desafio de assumir todo o comando da área técnica e direcionar a equipe no desenvolvimento do RB21 e iniciar os estudos do carro do novo regulamento de 2026.

No ano passado, a situação ficou estranha e custou até a permanencia de Sergio Perez, que foi muito questionado. A equipe técnica da Red Bull foi muito mais para uma linha de buscar apoio aerodinâmico às custas de um comportamento mais arisco. Quando o mexicano foi rifado e Liam Lawson teve um início muito ruim, com Tsunoda ainda patinando, se viu que havia problemas.

Além da saída de Newey, um outro nome também fez falta: Rob Marshall. Cara da área de engenharia, Marshall foi uma das mentes responsáveis pelo amortecedor de massa da Renault de 2005/2006 e ajudou a viabilizar muita coisa para que a Red Bull andasse na frente. Não é a toa que a McLaren deu um salto de desempenho justamente com sua chegada. 

O RB21 nasceu como uma evolução dos ultimos anos, mas incorporando muitos elementos da concorrência. Porém, somente Verstappen vem conseguindo fazer o carro disputar vitórias em determinadas circunstâncias. E o desenvolvimento foi prejudicado por conta de problemas de correlação de dados obtidos no túnel de vento e na pista.

Este ponto explica um pouco o método da Red Bull principalmente este ano: a equipe vai com dados da fábrica, mas o principal salto vem no sábado, quando os técnicos tem as informações reais e usam as ferramentas de fábrica. Uma série de avaliações vem sendo realizadas e um novo tunel de vento está em construção em Milton Keynes, mas que só deve estar operacional em 2026, substituindo o atual, datado da década de 50 (era originalmente da Força Aérea Britanica).

Sobre motores, cabe um artigo separado...

Equipe de um piloto só

Max Verstappen: o senhor absoluto da Red Bull
Max Verstappen: o senhor absoluto da Red Bull
Foto: Red Bull Content Pool

Não é de hoje que a Red Bull é refém de Max Verstappen. Várias vozes dizem que a demissão de Horner foi uma forma de manter o neerlandês no time para cumprir o seu contrato até 2028. Uma situação que ficou muito extrema desde 2017 e Verstappen se enraizou de uma forma que fica dificil dissociar equipe de piloto.

Esta situação aconteceu algumas vezes na F1: Michael Schumacher na Benetton e Ferrari e Ayrton Senna na Lotus e McLaren. Neste último ponto, quando o brasileiro saiu, Ron Dennis prometeu que nunca mais ficaria refém de um piloto. Nestes casos, a qualidade do piloto é tão grande que mascara as deficiencias dos carros. O caso da Red Bull é flagrante. Este ano é mais critico: 187 dos 194 pontos da Red Bull foram conquistados por Max Verstappen.

Em um momento como esse, um time precisa de dois pilotos. Não somente pelo aspecto do campeonato de Construtores, importantíssimo para garantir a premiação dos times, mas pelo aspecto técnico. Como dito no item anterior, achar o acerto do RB21 vem sendo um esforço enorme para o time. E Verstappen acaba sendo toda a referência para que a Red Bull possa progredir. E o segundo piloto que se vire.

Não foi à toa que Verstappen saiu um pouco em defesa de Perez no ano passado e procurou tirara pressão sob Lawson e Tsunoda. E no GP da Bélgica, a versão mais nova do assoalho também foi dada para Tsunoda, quando estava originalmente como peça reserva para Verstappen e isso ajudou ao japonês a ter um melhor desempenho. 

Yuki Tsunoda: o cara da vez sob fiscalização de todos
Yuki Tsunoda: o cara da vez sob fiscalização de todos
Foto: Red Bull Content Pool

Muito se falou que Verstappen poderia sair da Red Bull em 2026. Mas as tais "cláusulas de desempenho" não permitiriam e esta janela de saída passou para 2027. Só que cada vez mais se pergunta: a Red Bull sobrevive sem Verstappen? 

A Red Bull sempre buscou em suas fileiras os sucessores para seus carros. Só que a Academia de Pilotos, considerada por alguns uma máquina de moer carne, não tem trazido um sucessor para comandar o "Mundo Red Bull". Embora se tenha um desempenho promissor na Racing Bulls, equipe "encubadora", ir para o time principal é uma verdadeira tourada (com trocadilho aqui). Vários foram testados e torrados. O próximo da fila é Arvid Lindblad. Mas terá a capacidade para tal? 

Por enquanto, a Red Bull segue na Sindrome de Estocolmo com Verstappen...

Parabólica
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