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Alonso, com 400 GPs, é o maior exemplo do excesso da F1 moderna

Comparamos os 400 GPs da “era Alonso” com os primeiros 400 GPs da F1 para mostrar como a F1 ficou mais fechada e também mais acumulativa

27 out 2024 - 12h26
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Fernando Alonso: 400 participações e 396 largadas na F1
Fernando Alonso: 400 participações e 396 largadas na F1
Foto: Divulgação / Guia do Carro

Incluindo o México, 400 GPs foram realizados desde a estreia de Fernando Alonso na F1. Alonso estreou no GP da Austrália 2001 e realiza sua 396ª corrida. Numa comparação com os primeiros 400 GPs disputados, é impressionante como a Fórmula 1 se tornou fechada.

Fechada porque apenas 123 pilotos participaram da F1 na "era Alonso". E também exagerada no número de GPs por temporada. A combinação disso resultou em acumulação de vitórias e títulos por poucos pilotos. Nos primeiros 400 GPs, a F1 teve 581 pilotos. 

Nos primeiros 400 GPs (Inglaterra 1950 a Áustria 1984) somente três pilotos participaram de mais de 150 corridas: Graham Hill (175), Niki Lauda (153) e John Watson (151). Chamemos esse período de "era Hill" para comparar.... 

Mas era muito difícil ganhar corridas e principalmente acumular. Só quatro pilotos tiveram mais de 20 vitórias: Jackie Stewart (27), Jim Clark (25), Juan Manuel Fangio (24) e Niki Lauda (23). Por isso, 175 GPs disputados e 27 vitórias se tornaram números clássicos, difíceis de superar.

Graham Hill: com 175 GPs disputados, foi o mais longevo de sua era
Graham Hill: com 175 GPs disputados, foi o mais longevo de sua era
Foto: Divulgação / Guia do Carro

Mas, na "era Alonso" (Austrália 2001 a México 2024), nada menos de 18 pilotos fizeram mais de 175 GPs, o máximo da "era Hill" e três fizeram mais de 300 corridas: Alonso (396), Lewis Hamilton (351) e Kimi Raikkonen (349).  O último é Romain Grosjean (179 corridas). Porém, vejam o excesso a seguir.

Na "era Alonso", nada menos de cinco pilotos passaram das 27 vitórias de Stewart, que foi o máximo da "era Hill": Hamilton (105), Max Verstappen (61), Sebastian Vettel (53), Michael Schumacher (47) e o próprio Fernando Alonso (32). O número de vitórias explodiu! Mas as vitórias ficaram concentradas em poucos pilotos.

Na "era Hill", o máximo de acúmulo de título foi de Fangio (5 vezes). Jack Brabham, Stewart e Lauda* ganharam 3 títulos. Na "era Alonso", tivemos dois heptacampeões: Schumacher e Hamilton (7 vezes cada). E dois tetras: Vettel e Verstappen* (*incompletos). 

Tudo isso para mostrar que a F1 se tornou exagerada (em GPs por temporada e números de vitórias e títulos), porém muito mais fechada e seletiva (em número de participantes e vencedores). Só que isso não começou com Alonso. Vamos ver os 400 GPs seguintes à "era Hill".

Do GP 401 (Holanda 1984) ao GP 800 (Singapura 2008) já havia tendência ao exagero. Foi a "era Schumacher", que teve só 172 pilotos, mas 8 superaram as 175 largadas da "era Hill": Rubens Barrichello (265), Michael Schumacher (249), David Coulthard (243), Gerhard Berger (209), Giancarlo Fisichella (209), Jean Alesi (201), Jarno Trulli (196) e Ralph Schumacher (180).

Michael Schumacher: início da era de acumulação de vitórias e títulos na F1
Michael Schumacher: início da era de acumulação de vitórias e títulos na F1
Foto: Divulgação / Guia do Carro

Quatro pilotos acumularam mais de 27 vitórias: Michael Schumacher (91), Ayrton Senna (41), Alain Prost (38) e Nigell Mansell (31).

Os 400 GPs da “era Hill” duraram 35 temporadas. Os 400 GPs da “era Schumacher” duraram apenas 24 temporadas, bem como os 400 GPs da “era Alonso”, também com 24 temporadas. Tem cada vez mais corridas na F1 e carreiras longuíssimas, mas quem ganha acumula muito.

Guia do Carro
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