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Fórmula Indy

Palou ganha chance de ouro na Ganassi, mas tem de superar maldição do carro #10

Álex Palou vai guiar pela Ganassi, atual campeã da Indy, uma chance espetacular para alguém tão jovem. Só que o histórico recente do carro #10 faz com que o espanhol precise ter um desempenho excelente para não se queimar

10 nov 2020 - 14h38
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Indycar
Indycar
Foto: Grande Prêmio

A temporada 2020 da Indy foi bastante modificada por conta da pandemia de coronavírus e, naturalmente, deu menos tempo de reação para os pilotos. Mesmo assim, Álex Palou conseguiu se destacar. Se o jovem espanhol não teve tantos resultados relevantes, chamou a atenção pela velocidade, pela agressividade e por ter se adaptado tão rapidamente aos carros da categoria. De todo modo, dava a impressão de que teria um 2021 de evolução e, mais para frente, poderia ir longe. Só que o longe já chegou: Palou é da Ganassi.

O anúncio pegou quase todo mundo de surpresa. Se a saída de Felix Rosenqvist já era esperada desde a primeira metade do campeonato, entendia-se que o carro #10 ficaria vago ou passaria a ser de Marcus Ericsson, em uma troca de números. É que a Ganassi não sinalizava com ampliação da operação e já teria o #48 de Jimmie Johnson nas ruas e nos circuitos mistos. Só que o #10 da Ganassi vai ser, sim, ocupado e por Palou.

A movimentação gera alguns questionamentos naturais acerca do piloto, do momento em que acontece, mas também em relação ao time, que parece seguir uma tentativa que rendeu poucos frutos nos últimos três anos, afinal, desde a saída de Tony Kanaan, o roteiro tem sido o mesmo: nomes jovens, com pouca experiência na Indy, mas promissores. Nos casos de Ed Jones e Felix Rosenqvist, não deu certo.

Álex Palou tenta acabar com a maldição do #10
Álex Palou tenta acabar com a maldição do #10
Foto: Reprodução/Twitter / Grande Prêmio

A realidade é que, desde a aposentadoria da lenda Dario Franchitti, após acidente no GP de Houston de 2013, ninguém tem conseguido brilhar no carro #10 da Ganassi. Enquanto Scott Dixon caminha a passos largos para virar o maior da história da categoria na parede ao lado dos boxes, o #10 quase que nem vence corridas: são dois triunfos em sete temporadas, sendo um de Tony e um de Felix.

É verdade que, por mais que Tony reconheça que não teve uma passagem brilhante pela Ganassi, colocá-lo no mesmo balaio de Jones e Rosenqvist não é nem justo, afinal, o brasileiro ficou quatro anos no time e, em geral, foi bem mais consistente que os outros dois. E são justamente Jones e Rosenqvist que levantam as maiores dúvidas acerca de Palou, mais até do que ele mesmo.

Começando por Jones, pois: o piloto chegou depois de também ter feito só uma temporada na mesma Dale Coyne que Palou defendia em 2020 e em um cenário parecido de boas performances, poucos resultados e um pódio, realmente bastante similar. Fora isso, tinha título de Indy Lights, passagem pela Europa e os mesmos 23 anos que o catalão tem hoje. O resultado? Um 2018 de só dois pódios, um 13º lugar geral e um bilhete azul no final do ano.

Ed Jones não deu certo na Ganassi
Ed Jones não deu certo na Ganassi
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Na temporada seguinte, Ed voltou ao grid da Indy nos circuitos mistos e de rua com a Carpenter, mas o rendimento foi algo perto do tenebroso. Com só um top-10 no ano todo, não segurou a vaga para 2020 e, no momento, parece alguém sem a menor perspectiva de pintar novamente no pelotão. Isso tudo com só 25 anos de idade.

No caso de Rosenqvist, a aposta era de risco um tanto menor. É que, por mais que fosse novato na Indy, o sueco era um dos nomes quentes do momento no automobilismo mundial, vinha de título de F3 Europeia, de passagem decente por DTM, de ótimos anos de Fórmula E e até mesmo de uma impressão positiva nas ruas da Indy Lights. E o retorno foi mesmo superior se comparado ao que Jones deu: um sexto lugar geral em 2019, uma vitória em Elkhart Lake em 2020. De todo modo, longe de ser suficiente para garantir mais um ano de contrato para 2021 e, em geral, bem menos competitivo em 2020 do que havia sido na temporada de calouro.

De todo modo, Felix conseguiu se encaixar na McLaren para o próximo campeonato e, ainda que tenha descido um leve patamar, ao menos segue no grid e em um time competitivo. Agora, precisa de um ano parecido ou até melhor que 2019 para não acabar fritado como Jones.

Felix Rosenqvist passa a defender a McLaren na Indy em 2021
Felix Rosenqvist passa a defender a McLaren na Indy em 2021
Foto: McLaren / Grande Prêmio

Voltando para Palou, a situação que se apresenta, após apenas um ano e um pódio na Indy, parece definitiva para sua carreira: é o famoso 'ou vai, ou racha'. A chance de ouro chegou bem mais cedo do que o esperado, Álex vai guiar um carro campeão logo em seu segundo ano e não vai ter margem para seguir aprendendo, precisa simplesmente já estar pronto.

Dono de um bom currículo com carreira interessante na base europeia, ótimos momentos no Japão e um primeiro ano bastante promissor na Indy, o catalão agora pode controlar a própria sorte, vive uma fase única em sua trajetória, mas tem todo um retrospecto do time para o assombrar. É hora de Palou acabar com a tal maldição do carro #10 da Ganassi e de Franchitti.

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