Rio - Fernanda Keller e Rivaldo Martins já estão no Havaí, onde participarão, neste sábado, a partir das 15h (de Brasília), do Mundial de Ironman. Especialistas em provas de longa distância, os dois estão em fase de adaptação ao clima local e treinando no percurso da prova, que terá 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida.
Natural de Niterói (RJ), Fernanda está completando 20 anos de carreira e disputará pela 15ª vez consecutiva a prova no Havaí. Ela é a recordista sul-americana da modalidade, com 9h14min, marca conquistada este ano, em Florianópolis (SC). Uma das favoritas ao pódio, conquistou seis vezes o bronze na competição (1994, 95, 97, 98, 99 e 2000).
“Sou privilegiada porque me realizo trabalhando. O triatlo é minha profissão e meu lazer. Não me imagino fazendo outra coisa”, afirma a triatleta, cuja rotina de treinos chega a 500km de ciclismo, 90km de corrida e 30km de natação por semana, além de sessões de musculação, ioga, acupuntura, shiatsu e meditação. Por dia, são quase nove horas de preparação.
Já o santista radicado em Brasília (DF), Rivaldo Martins, que em julho, na Alemanha, bateu pela terceira vez seguida o recorde de Ironman (10h10min) na categoria amputados, participará pela segunda vez da competição no Havaí, considerada a mais difícil da modalidade.
“O pior é o forte vento no ciclismo e o calor intenso na corrida. Grande parte da prova você faz ao lado de lava de vulcão solidificada, que absolve muito calor. Estou treinando bem para competir nessas condições”.
Por semana, a preparação de Rivaldo incluía 10km de natação, 700km de ciclismo e 75km de corrida. O triatleta, que usa uma prótese na perna esquerda para pedalar e correr, não tem boas recordações da primeira vez que disputou a competição no Havaí, em 1990. Naquela oportunidade, um tombo no ciclismo o obrigou a abandonar a prova, com a prótese danificada.
“Espero que desta vez as coisas sejam bem diferentes. Estou bastante confiante”.
A prova deste ano será realizada no mesmo dia em que, há 15 anos, Rivaldo sofreu o acidente de ônibus que resultou na amputação de sua perna, abaixo do joelho.
“Assisti a um vídeo sobre os destaques do Ironman de 1985. Mostraram o americano Pet Griscos (morreu num acidente de bicicleta anos depois), um amputado que conseguiu completar a prova. A cena me chamou a atenção e liguei para o meu técnico dizendo que se ele podia, eu, que não tinha um problema como o dele, também era capaz. Ironia do destino, um mês depois me acidentei. Toda a minha recuperação e motivação foi inspirada no Pet, que nem sabe disso”.