Rio - Com a bomba do doping por uso de cocaína de Júnior Baiano detonada e a saída repentina do experiente Mauro Galvão para o Grêmio, o zagueiro Alexandre Torres inicia neste sábado, às 16h, contra o América, no Maracanã, sua marcha para assegurar a vaga de titular no Vasco.
Por ter sido contratado a peso de ouro para o Mundial de Clubes, mas ter convivido com a reserva durante o ano de 2000, o zagueiro prefere adotar, de forma surpreendente, um discurso recheado de amargura e insatisfação a vibrar com a oportunidade de assumir a posição. “Eu era uma figura decorativa no Vasco, que estava esquecida. Não fiquei nem no banco nas últimas partidas. É uma situação que causa mágoa. Fui titular durante doze anos, por Fluminense, Vasco, Nagoya Grampus (Japão). Isso aborrece qualquer um”, esbravejou.
A decepção causa, inclusive, o receio em Torres de nomear-se como o novo xerife vascaíno. Ele quer viver o dia-a-dia para não criar expectativas e sofrer novas frustrações. “Não me sinto titular, apesar do infeliz problema do Júnior Baiano e da saída do Mauro Galvão. O futebol é cheio de surpresas. É bom esperar para não cair do cavalo”, afirmou.
Torres, no entanto, diz não estar arrependido de ter deixado o Nagoya Gramphus, do Japão, onde era ídolo para voltar ao Brasil, pois via novos horizontes para a sua carreira. “Voltei ao Brasil para ter novos desafios. Mas aqui o que foi feito há 15 minutos não importa mais. Não me arrependo porque quis esse desafio, pois sou um jogador de 34 anos. Mas esperava jogar”, disse.
O zagueiro credita parcela de culpa também ao excesso de lesões da temporada passada e, sem muita convicção, afirma que vai limitar-se a cumprir seu papel dentro das quatro linhas. “Não há nada de diferente na minha carreira profissional. Continuo com o mesmo comportamento, ficando à disposição do técnico. Só preciso de uma seqüência melhor de jogo para provar meu futebol”, alfinetou Alexandre Torres, que tem contrato até o final do ano.