São Caetano do Sul - A boa campanha do São Caetano na Copa João Havelange tem trazido lucros não só para jogadores e clube. As lojas de material esportivo da cidade estão comemorando a grande alta nas vendas. Em alguns estabelecimentos, a freqüência de pessoas interessadas em comprar a camisa do time cresceu em proporções quase inimagináveis. "Antes eu vendia mais ou menos 10 camisas por semana", afirmou o gerente de loja Arnaldo Pavan. "Mas agora, cerca de 50 pessoas nos ligam ou vêm até aqui todos os dias", comparou.

Além do destaque natural que a equipe ganhou nas últimas semanas na imprensa de todo o País, existe um outro detalhe que tem contribuído bastante para a alegria dos comerciantes. A proximidade das festas de fim de ano está transformando a camisa do "Azulão" na coqueluche do momento. Segundo os lojistas, muitos torcedores de outros times estão procurando pelo produto. "São pessoas que simplesmente gostam de futebol, estão procurando opções para presente de amigo-secreto ou corintianos que desejam zombar dos palmeirenses", explicou Pavan.

O contentamento só não é maior devido aos problemas encontrados no abastecimento. Os comerciantes encontram sérias dificuldades para atender à demanda criada nos últimos dias. É o que revelou Carolina, proprietária de loja que há três anos vende camisas oficiais do São Caetano. "É chegar para sair. Infelizmente a Rhumell (fabricante de material esportivo) não esperava esse boom de consumo e não está conseguindo atender todos os pedidos", afirmou.

Nesse caso, quem vibra são os ambulantes que oferecem produtos piratas. Se a qualidade do material está longe da registrada em artigos oficiais, o baixo custo e, sobretudo, a satisfação de ter um desejo de consumo atendido imediatamente levam muitos a optarem pelo comércio ilegal. "Acontece o seguinte: esse tipo de venda é motivada pelo emocional. Então temos de aproveitar esse momento para faturarmos", revelou o ambulante Josias Araújo.

Enquanto uma camisa autêntica do São Caetano custa, em média, R$ 50,00 (contra R$ 72,00 do Corinthians, R$ 69,00 do Palmeiras e São Paulo e R$ 60 do Santos) nas lojas do centro da cidade, nos camelôs elas podem ser encontradas por preços que variam de R$ 10,00 a R$ 20,00. "Mesmo entre as piratas existem as confeccionadas com material de melhor e pior qualidade. Precisa saber escolher", aconselhou o camelô.

Fabricante - A estratégia da Rhumell para tentar minimizar a situação foi triplicar sua produção, que está trabalhando em tempo integral para abastecer o mercado. Segundo o gerente de Marketing da empresa, Clésio Conte, a boa campanha do São Caetano surpreendeu a todos. "Realmente ninguém esperava que o time chegasse tão longe no campeonato", afirmou.

Com isso, o fabricante não teve condições de antecipar o crescimento na procura pelas camisas. Conte explica que, pelo fato de o São Caetano ser um clube jovem e que não conta com uma torcida própria, os produtos que levam sua marca geralmente não são consumidos. "Nos fizemos uma projeção de produção baseados nos pedidos que os comerciantes nos mandaram há um mês. E, até então, ninguém imaginava que isso tudo aconteceria", informou o executivo.

Agência Estado