Recife - O técnico da seleção brasileira, Emerson Leão, é "filho de Pernambuco", como o próprio treinador fez questão de frisar logo após receber o título de Cidadão Pernambucano, no começo da noite de segunda-feira, no Plenário do Palácio Joaquim Nabuco da Assembléia Legislativa.
"Esta foi uma das coisas mais imoportantes que aconteceram na minha vida nos últimos tempos", disse num discurso emocionado e improvisado. "No futebol, sempre se improvisa", justificou.
Proposto pelo deputado estadual Lula Cabral, o título de Cidadão Pernambucano foi entregue pelo próprio parlamentar e pelo governador do Estado Jarbas Vasconcelos. "Em 81, tive o prazer de conhecer Leão e formamos uma forte amizade. Na época, ele me chamava de pau-de-arara. Hoje ele também é um pau-de-arara", brincou em seu discurso o deputado.
Embora os hinos tocados tenham sido o Nacional e de Pernambuco, pela orquestra sinfônica da Polícia Militar de Pernambuco, havia no plenário alguns tímidos batuques que viraram o tradicional cazá-cazá-cazá logo após o encerramento da solenidade. Não era para menos o tom rubro-negro que tomou conta da galeria e dos convidados no plenário.
A relação entre o homenageado e o clube da Ilha sempre foi forte, desde quando o atual técnico da seleção chegou para defender o gol do Sport, em 87. "Neste momento, ele ajudou na conquista do título do Brasileiro e passou de ídolo da torcida à mito", lembrou em seu discurso Cabral. No seu retorno à Ilha, no meio deste ano, o treinador se identificou ainda mais com o clube.
"Mais que as vitórias e os títulos, fico feliz pelos amigos que fiz nestas duas passagens pelo clube", salientou Leão, nomeando membros da diretoria rubro-negra que se encontrava no plenário. Além do presidente Luciano Bivar, do vice de Futebol, Homero Lacerda, e dos diretores Fernando Lima e Severino Otávio, representantes da comissão técnica e ex-jogadores, como Betão, Roberto, Neco e Zé do Carmo, também foram abraçar o amigo.
Após a solenidade, no pátio do Palácio Joaquim Nabuco, já sem a formalidade daentrega do prêmio, o clima ficou mais rubro-negro do que nunca. Ao som da charanga da Treme Terra, o técnico da Seleção Brasileira continuou sem conseguir segurar a emoção e recebendo abraços.