Salvador - O meia Fernando, do Vitória, deu a entender que a desunião do grupo foi a causa da performance irregular do time na Copa João Havelange. Sexta-feira, na reapresentação dos jogadores no Complexo da Toca do Leão, ao comparar o time atual com o do ano passado que chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro, ele deixou escapar: "O grupo do ano passado era mais unido e fechado; este ano muitas coisas aconteceram dentro do grupo e que não devem ser mencionadas".
Num ambiente de muita tristeza em conseqüência da derrota no dia anterior para o Guarani, por 2 a 1, os jogadores se reapresentaram ontem. Parecia mais um velório. Ao contrário das ocasiões anteriores, mesmo após a derrota, desta vez a situação foi diferente: ao invés das brincadeiras, os atletas chegaram cabisbaixo. Alguns, inclusive, preferiram ficar mais tempo dentro do vestiário e só saíram no momento em que o técnico Ricardo Gomes e a sua comissão técnica foram para o campo. Na área administrativa, nenhuma alteração, garantiu o gerente de futebol Joel Zanata. As decisões só vão acontecer depois do último jogo da Copa João Havelange, no dia 19, contra o Flamengo.
Difícil foi encontrar no grupo uma justificativa convincente para a derrota que reduziu as possibilidades de classificação do rubro-negro. "A situação, de fato, ficou complicada. Não se pode dizer que o Vitória não tem mais chances de classificação, porque, matematicamente, ela ainda existe. O que me deixa mais aborrecido é o fato de a nossa equipe ter perdido a partida em dois chutes a gol do Guarani que foram fatais.
O Vitória foi bem, principalmente no primeiro tempo, mas a bola não entrou", lamenta o zagueiro Marcos.
O atacante Sinval, vice-artilheiro da equipe na Copa João Havelange, com oito gols, reconhece que a situação ficou difícil, mas nem por isso perde a esperança de o Vitória ficar entre os 12 clubes. "Explicar uma derrota como a de ontem é difícil nesse momento, porque só jogamos bem no primeiro tempo. Faltou algo mais para a gente vencer... O mais importante agora é que o Vitória ganhe os dois jogos que restam (Atlético-MG e Flamengo) e conclua a sua participação na Copa João Havelange com dignidade".
O lateral Leandro, que não teve uma boa performance na Copa João Havelange em relação ao que mostrou no Campeonato Brasileiro do ano passado, foi taxativo: "Não podemos lamentar nada, porque nós criamos a situação. O Vitória tem que vencer o Atlético-MG e o Flamengo e torcer pela classificação que ainda pode acontecer".