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Eurico se queixa de falta de privilégios
Quarta-feira, 27 Setembro de 2000, 03h06

Sydney - Eurico Miranda está bravo. Sem credencial, sem ingressos, sem acesso aos atletas que patrocina e, pior ainda, sem medalhas de ouro, o vice-presidente do Vasco ameaça até repensar o apoio ao esporte amador e responsabiliza o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pelas derrotas em Sydney.

Eurico critica a falta de apoio aos atletas e algumas mordomias e gastos inúteis patrocinados pelo comitê. "Faltou visão ao COB para apostar nos atletas com mais chance de medalha", aponta Eurico. "Ao invés de trazer gente só para passear, o comitê tinha de investir mais em quem era favorito."

O dirigente do Vasco não cita nomes de atletas que teriam vindo passear, mas não se conforma com o fato de o ex-jogador de vôlei Bernard estar desfilando com uma credencial, enquanto a família do nadador Gustavo Borges corria atrás de ingressos. "O que fez o Bernard para isso?", esbraveja Eurico.

"Ganhou uma medalha de prata com o time de vôlei?", prossegue. "Pois o Gustavo já conquistou quatro e sua família merecia um melhor tratamento."

O dirigente também não se conforma com o dinheiro gasto pelo COB na Casa Brasil, uma espécie de embaixada informal que o comitê montou perto de uma estação ferroviária em Sydney. Segundo dados oficiais do COB, foi investido R$ 1,6 milhão na montagem da estrutura, que funcionará até o fim da Paraolimpíada. "Ficam tentando vender a imagem do Brasil, mas quem está interessado nisso em uma Olimpíada?", reclama Eurico. "Todo mundo vem aqui para competir e o COB devia gastar esse dinheiro para dar uma melhor estrutura aos atletas e seus familiares."

Queixas - A maior mágoa de Eurico, porém, é mesmo a falta de credencial e do atendimento vip de que ele se julga merecedor.

"Investi R$ 40 milhões em 84 atletas e tive de gastar R$ 5 mil em ingressos para vê-los competir", queixa-se. "Tive de comprar de cambista, cheguei a ficar na fila 70, de onde não dava para ver nada, e ainda fui obrigado a alugar barco para acompanhar a vela."

Talvez tudo isso fosse relevado se os atletas do Vasco tivessem o desempenho esperado. Como até agora não conseguiram o ouro - e Eurico detesta que o chamem de vice - o ânimo do dirigente vascaíno está exaltado. Segundo ele, o presidente do COB,

Carlos Arthur Nuzman, ofereceu-lhe tickets quando soube de sua revolta. "Agora é tarde, não quero mais saber", diz Eurico. "Nunca pedi mordomia, só queria estar perto dos atletas."

Desiludido, Eurico vai voltar para o Brasil antes do fim da Olimpíada e diz que vai reavaliar o investimento feito. "Tenho de pensar se posso manter tudo isso." Sem querer entrar em polêmica, Nuzman defendeu Bernard e o investimento na Casa Brasil. "Bernard está aqui como dirigente do comitê e representante da Associação dos Atletas Olímpicos", justifica. "A Casa Brasil é um investimento do governo brasileiro e dos patrocinadores, com uma participação pequena do COB." De acordo com o dirigente, atletas e patrocinadores precisam de uma base, porque o acesso à Vila Olímpica é restrito.

Quanto à credencial de Eurico, Nuzman diz que atendeu a todos os pedidos do dirigente vascaíno. "Fizemos todas as reservas de passagens e ingressos que nos foram solicitadas e não lhe demos uma credencial porque ele nunca pediu", explica, dizendo que não tem condições de atender a todos os familiares dos atletas.

Embora as derrotas das duplas do vôlei de praia enfraquecessem o raciocínio de Eurico, porque ninguém teve mais estrutura do que as favoritas Adriana Behar e Shelda, Nuzman prefere evitar discussões. "Não vou polemizar, porque acho o trabalho do Vasco da maior importância para o esporte amador e só espero que ele continue a nos apoiar." Na verdade, a credencial que Eurico esperava jamais viria de boa-vontade.

Havia um temor no COB de que o cartola vascaíno repetisse algum de seus piores desempenhos em São Januário, onde costuma entrar em campo para tirar satisfação dos juízes. Também já começam a tornar-se comuns piadas sobre os vice-campeonatos que o Vasco está transformando em prata na Olimpíada. Mas é um terreno perigoso. Eurico pode não ter a força, mas tem o dinheiro que, bem ou mal, sustenta alguns dos maiores atletas brasileiros. E, acima de tudo, está bravo, muito bravo.

O Estado de S.Paulo

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