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Queridinha de Elba Ramalho e Solange Almeida, quadrilha pernambucana sobrevive com o aluguel de figurinos

Molecodrilha tem 19 anos de história e ganhou destaque em Caruaru por suas luxuosas apresentações

26 jun 2025 - 04h59
(atualizado em 26/6/2025 às 14h03)
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"Olha a chuva, é mentira. Olha a cobra, é mentira." As quadrilhas vão muito além da tradicional brincadeira que ganha destaque Brasil afora no mês de junho. Em Caruaru (PE), por exemplo, os grupos juninos são levados muito a sério. Com suas cores, ritmos e histórias, são os verdadeiros protagonistas do São João do Agreste de Pernambuco. Como é o caso da quadrilha Molecodrilha que em 19 anos de história acumula um inventário com mais de 500 peças de seus figurinos, e já foi convidada para abrir os shows de artistas renomados.

Como conta a presidente da Molecodrilha, Lucineia Ferreira, a tradição de se apresentar no palco principal da festa a convite dos cantores começou há quase 10 anos. "O primeiro convite surgiu em 2015, quando Didi Caruaru se apresentou no pátio e nos convidou para abrilhantar ainda mais o evento dele. Desde então, vêm surgindo muitos convites", afirma ela, que destaca a participação do grupo na abertura do show de Solange Almeida por dois anos consecutivos. 

Elba Ramalho é outra artista que não abre mão da luxuosa apresentação do grupo pernambucano. "A gente se apresenta com ela desde 2018. E sempre que ela está em Caruaru, o empresário nos liga e nos chama para participarmos do show”, acrescenta a presidente. 

Este ano, a Molecodrilha também se apresentará pela primeira vez no show do cantor Mano Walter. E o formato da apresentação, como explica Lucineia, é definido pelos cantores. Mas a coreografia e o figurino ficam a cargo dos coreógrafos e costureiros do grupo para manutenção de seu DNA.

Molecrodilha tem 19 anos de história e ganhou destaque em Caruaru
Molecrodilha tem 19 anos de história e ganhou destaque em Caruaru
Foto: Brenda AraCon/Colaboração para o Terra

Além de fundadora, costureira e atual presidente da Molecodrilha, Lucineia Ferreira também atua como  marcatriz, ou seja, a responsável por conduzir a dança, comandar os movimentos e o ritmo do grupo. "É uma honra. Porque não é fácil pra uma mulher tomar conta de toda essa magia que é a quadrilha. Hoje, minha quadrilha está conhecida no Brasil inteiro, graças a Deus. É muito importante pra mim, pra minha cultura e eu sinto que meu dever está sendo cumprido.”

A Molecodrilha é composta por 68 integrantes, que ensaiam durante todo o ano, aos sábados e domingos, das 15h às 19h, para permitir que todos conciliem a dedicação à quadrilha com o trabalho. Lucineia, por exemplo, se sustenta como costureira. "Terminou o São João, eu sou fabricante de aventais de cozinha, porque o dinheiro precisa girar.”

Mais de 10% dos integrantes trabalham no comércio e na feira, e os demais são estudantes. De acordo com a presidente, a única pausa nos ensaios é nos meses de julho e agosto. "Nós ensaiamos o ano inteiro. Quando termina o São João, a gente separa julho e agosto pra definir o novo tema, música, figurinos e coreografias. Em setembro, já retomam os ensaios, porque é muito coreografia.”

Molecrodilha tem 19 anos de história e ganhou destaque em Caruaru
Molecrodilha tem 19 anos de história e ganhou destaque em Caruaru
Foto: Brenda AraCon/Colaboração para o Terra

Nenhum dos integrantes paga nada para participar da quadrilha, que aceita novos membros a cada ano. "Atualmente, temos, em média, 500 figurinos que ficam expostos no nosso ateliê. O bom é que alugamos esses figurinos para outras quadrilhas, uma forma de fazer renda extra para o grupo. Até porque, nenhum dos 68 integrantes pagam pelo figurino, então todo o cachê e os aluguéis que conseguiremos são revertidos para as dívidas que a Modelocrilha faz durante o ano", afirma Lucineia.

Quando questionada sobre como se sente ao ver quão longe a Molecodrilha chegou, a presidente se emociona: ‘É muito emocionante, principalmente quando eu paro pra ver o todo. Hoje, nós temos acessibilidade na quadrilha, tem um integrante que é surdo e mudo. Ele dança, ele participa e eu acho isso fantástico. Fora que minha família é toda envolvida, perpetuando essa tradição familiar. Meu neto já me disse: 'Vó, eu vou ser o marcador da Molecodrilha'. Eu choro tanto ouvindo isso, sabendo que, se um dia eu parar, haverá alguém que vai continuar meu legado", diz a pernambucana, que não esconde a sua paixão por quadrilha.  

Como surgiram as quadrilhas?

De acordo com pesquisas, as quadrilhas juninas têm origem nas danças de salão europeias, que chegaram ao Brasil através da corte portuguesa no início do século XIX. Inicialmente, a quadrille, como era chamada em Paris, era uma dança de salão composta por quatro casais.

Quando chegou ao Brasil, é que passou a incorporar elementos culturais, religiosos e folclóricos nacionais. Com isso, aumentou o número de pares dançantes, abandonou os passos e ritmos franceses e incorporou as músicas e o casamento caipira, que antecede a dança.

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Fonte: Redação Terra
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