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Oratória política: Análise de debates dos candidatos na TV

Os debates na TV são uma oportunidade para analisar a oratória dos nossos possíveis governantes. Vamos à análise?

3 set 2018 - 06h00
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Speakers! Tudo bem com vocês?

Em tempos de campanhas eleitorais, nós, brasileiros, somos bombardeados por propagandas de todos os tipos: nas ruas, na web, na televisão e até nos grupos de família no whatsapp, não é mesmo?

Embora importante, esse período pode ser cansativo, mas, ainda assim, é uma boa oportunidade para pensarmos na oratória nesse ambiente político e aprender com os erros e acertos dos candidatos.

Os debates na TV são uma oportunidade para analisar a oratória dos nossos possíveis futuros governantes. Vocês conseguem identificar os principais erros cometidos por eles? E o que fazem de certo? O que poderiam melhorar?

Como nossa intenção é pensar na comunicação – e não fazer propagandas eleitorais –, vou falar sobre a oratória dos candidatos de um modo geral, sem citar nomes ou partidos, ok?

Oratória nos debates políticos

Os debates políticos no Brasil seguem um modelo bem definido, mesmo que variem de emissora a emissora. Geralmente, cada candidato tem um tempo para perguntar e responder os questionamentos direcionados a ele e, depois, ainda tem direito à réplica e à tréplica.

A oratória sempre esteve relacionada à política e à ideia do “dom de persuadir”. Como eu sempre digo por aqui, ter uma boa oratória não é um dom, mas uma habilidade que conseguimos através de muita prática e estudos.

No âmbito político, os candidatos que têm uma boa oratória conseguem gerar mais empatia com os eleitores, especialmente com aqueles que votam levando em consideração o plano de governo e as propostas reais que o candidato oferece (e não por motivos que vão além desse, os quais não cabe a mim defender ou criticar aqui).

Foto: Shutterstock

Alguns erros mais explícitos nos debates são:

- Dificuldade em organizar o raciocínio

Nos debates políticos, o que mais vemos, infelizmente, são candidatos que fogem à pergunta e que, quando indagados sobre suas propostas, têm dificuldades em responder de uma forma clara e precisa, especialmente no tempo relativamente curto que possuem.

Sendo assim, quando paro para analisar a oratória dos candidatos nos debates, do que mais sinto falta é dessa assertividade, da capacidade de organizar o raciocínio para lidar melhor com essa situação específica de exposição de fala e, assim, informar aos eleitores quais são seus planos para o país.

Nos debates, é MUITO comum ver candidatos fugindo do tema em suas respostas. Embora seja uma estratégia política em alguns momentos, é um grande erro de comunicação, que mostra, inclusive, desrespeito com o público que assiste aos debates e com aquele que fez a pergunta.

Como um eleitor pode votar em alguém sem entender suas propostas? A (falha) comunicação dos candidatos é, portanto, um empecilho.

- Vícios de linguagem

Um político é uma pessoa pública, que tem uma responsabilidade grande: representar milhares de pessoas. A comunicação dessa figura pública deve ser boa, de modo que possa ser entendido pelos diferentes perfis de eleitores que existem no país.

Ainda assim, os candidatos têm muitos vícios de linguagem, que são um grande problema comunicacional, especialmente em entrevistas na televisão ou em vídeos gravados para as redes sociais.

Esses tais vícios de linguagem podem ser, por exemplo, a repetição de uma mesma palavra ou expressão. Se isso acontece excessivamente, se tornará mais chamativo do que o conteúdo da fala desse candidato. Imaginemos: um candidato que tem o vício de usar a expressão “meus caros” (por exemplo) e que a repete inúmeras vezes ficará marcado por esse uso (e virará meme, com certeza).

O uso de expressões muito técnicas ou pouco coloquiais, embora não seja necessariamente um vício de linguagem, também é um erro. Uma fala bem organizada e acessível é, sem dúvidas, a melhor forma de chegar até os eleitores, levando a eles a mensagem que se deseja transmitir.

- Comunicação não-verbal

A comunicação não-verbal é outro item que merece destaque quando analisamos a oratória dos candidatos em debates políticos. Não somente porque são debates televisionados, mas também porque a comunicação não-verbal é importantíssima para ser um bom comunicador.

Gesticular de uma forma harmoniosa, expressões faciais condizentes com o conteúdo da fala, contato visual e boa postura são alguns dos elementos que deveriam ser utilizados pelos candidatos políticos, assim como todos aqueles que vivem situações de exposição de fala, como apresentações em público.

O que, então, podemos aprender com os debates políticos (no que se refere à comunicação)? Muito! Não é difícil perceber como uma má oratória prejudica a imagem de um candidato, bem como sua performance nos debates. Como um todo, a incapacidade de se comunicar assertivamente, além de impossibilitar que os eleitores conheçam realmente propostas e planos de governo, nos mostra quão importante é dedicar tempo para aprimorar a comunicação antes de enfrentarmos situações de exposição de fala.

Fonte:

www.thespeaker.com.br

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